10 junho 2009

você conhece o hinduísmo?

Observe o seguinte vídeo sobre ritos do hindu:



Introdução ao Hinduísmo

"A verdade é única, embora os sábios a conheçam como muitas."
Rig Veda (Livro I, Hino CLXIV, Verso 46)


Rama e Sita

CONTEÚDO:

Distribuição geográfica atual

Prática de fé do Hinduísmo

Yoga Dharma

Mantra

Sacerdócio do Hinduísmo

Histórico

O Hinduísmo e o sistema de castas

Hinduísmo Védico

Hinduísmo Bramânico

Reformas e seitas

Hinduísmo clássico

Tantra

Hinduísmo moderno

Reformadores Sociais e Religiosas

Teologia Hindu

Cosmologia Hindu

As Leis de Manu

Maya - O Mundo Físico é uma Ilusão

Karma

Livros Sagrados do Hinduísmo

Principais Líderes Espirituais do Hinduísmo



INTRODUÇÃO


Hinduísmo é um termo genérico usado para designar o conjunto de princípios, doutrinas e práticas religiosas que surgiram na Índia, por volta de 2000 a.C. - A religião dos hindus, considerada a mais antiga das grandes religiões do mundo com prática atual. O termo é ocidental, pelos seus seguidores é conhecido como Sanatana Dharma, do sânscrito (língua original da Índia), que significa "a ordem permanente". O Hinduísmo, a terceira mais numerosa em praticantes (depois do Cristianismo e do Islamismo), com 96% de seus seguidores no subcontinente indiano.







O Hinduísmo estabeleceu as bases para muitas outras correntes religiosas e filosóficas e passou por várias etapas, desde o hinduísmo védico, bramânico e filosófico, até certos movimentos sectários e reformadores, entre os quais se incluem o Budismo e o Jainismo, surgidos no século VI a.C.



É caracterizado por uma diversidade de sistemas de crenças, práticas e escrituras. Embora seja geralmente mencionado como uma religião específica, o Hinduísmo é mais corretamente descrito como um conjunto de religiões com uma linguagem em comum, pois tem pouca ou nenhuma organização central ou base teológica compartilhada - sem um corpo de doutrinas, cultos ou instituições comuns, o Hinduísmo abrange uma infinidade de seitas e de variações, monoteístas ou politeístas, e compreende grande variedade de elementos heterogêneos, é a de mais difícil apreensão pela mentalidade ocidental.



De uma forma geral, é uma das religiões mais tolerantes conhecidas, exceto pelo sistema de castas. Os Hindus seguem um sistema estrito de castas que determina o status de cada pessoa.



O pensamento hindu se distingue por encorajar enfaticamente a tolerância pelas diferentes crenças, desde que sistemas temporais não podem declarar serem a única compreensão da Verdade transdencental. Essencialmente, qualquer forma de prática espiritual seguida com fé, amor e persistência levará ao mesmo estado final de auto-realização.



Segundo ensina o Hinduísmo, os Vedas contêm as verdades eternas reveladas pelos deuses e a ordem (dharma) que rege os seres e as coisas, organizando-os em castas. Cada casta possui seus próprios direitos e deveres espirituais e sociais. A posição do homem em determinada casta é definida pelo seu carma (conjunto de suas ações em vidas anteriores). A casta à qual pertence um indivíduo indica o seu status espiritual. O objetivo é superar o ciclo de reencarnações (samsara), atingindo assim, o nirvana, a sabedoria resultante do conhecimento de si mesmo e de todo o Universo. O caminho para o nirvana, segundo ensina o Hinduísmo, passa pelo ascetismo (doutrina que desvaloriza os aspectos corpóreos e sensíveis do homem), pelas práticas religiosas, pelas orações e pelo Yôga. Assim a pessoa alcança a "salvação", escapando dos ciclos da reencarnação.



O maior objetivo da religião Védica é alcançar Moksha, ou liberação, também conhecida como Mukti, Samadhi, Nirvana, etc.) do Samsara, o ciclo da vida, morte, e da existência dual; através da constante dedicação a Satya (Verdade) e uma eventual realização de Atman (Alma Universal). Não importa se atingido através de meditação ou puro amor, este objetivo universal é alcançado por todos.



As características principais do Hinduísmo são o politeísmo, ioga, meditação e a crença na reencarnação.




DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA ATUAL


Estima-se que atualmente existam mais de 660 milhões de adeptos em todo o mundo, com um panteão de 33 milhões de deuses e 200 milhões de vacas sagradas. Todo gado existente na Índia, alimentaria sua população por cinco anos, entretanto, a fome é devastadora no país por causa da idolatria.



A Índia, a Ilha Maurícia, e o Nepal assim como a ilha Indonésia de Bali têm como religião predominante o Hinduísmo; importantes minorias hindus existem em Bangladesh (11 milhões), Myanmar (7,1 milhões), Sri Lanka (2.5 milhões), Estados Unidos (2,5 milhões), Paquistão (4,3 milhões), África do Sul (1,2 milhões), Reino Unido (1,5 milhão), Malásia (1,1 milhão), Canadá (1 milhão). O Hinduísmo é disseminado na Índia, no Paquistão, em Sri Lanka e Myanmar, e há adeptos dessa religião na África do Sul, Bali, Trinidad e ilhas Fidji.





PRÁTICA DE FÉ DO HINDUÍSMO



Monge


Sua expressão ultrapassa os limites da religião e percorre toda a estrutura social, dos atos comuns da vida diária até a literatura e a arte. Os hindus atribuem caráter religioso a todas as atividades, o que faz do hinduísmo uma ordem social-religiosa que influi diretamente na vida toda, desde a moral até a economia e a gramática. De certa maneira, isso supera o pessimismo da desilusão e confere a cada momento da vida uma dimensão religiosa.



Quando os hindus visitam um templo ou santuário, não é apenas para rezar, mas também para um "darshana" do deus ou da deusa. Isto significa uma visão da imagem que mostra a presença do deus ou da deusa no altar. Os fiéis executam então uma cerimônia chamada "puja". Eles oferecem flores, frutas, doces e água do Rio Ganges (ou de outro rio sagrado) para a divindade em troca de suas bênçãos. Não há um tipo de culto determinado para a oração dentro do templo. Nos cultos védicos, os pedidos mais solicitados aos deuses são vida longa, bens materiais e filhos homens. As oferendas incluem sacrifícios de animais e são centrais nos cultos. Os mortos não são enterrados, mas cremados nos rituais funerários.



A adoração das deidades é geralmente expressa através de fotografias ou imagens (murti) que são ditas não serem o próprio Deus mas condutos para a consciência dos devotos, marcas para a alma humana que significam a inefável e ilimitada natureza do amor e grandiosidade de Deus. Eles são símbolos do principio maior, representado mas nunca presumido ser o conceito da própria entidade. Conseqüentemente, a maneira Hindu de adoração de imagens é uma forma de iconolatria, na qual as imagens são venerados como supostos símbolos da divindade, opostos a idolatria, geralmente imposta (erroneamente) aos Hindus.




Murti de Shiva e Parvati no pátio de um templo


O Hinduísmo encoraja seus devotos a descreverem e desenvolverem um relacionamento pessoal com sua deidade pessoal escolhida (ishta devata) na forma de Deus ou Deusa.



As festas têm grande importância no Hinduísmo. Representam a dimensão comunitária da vida religiosa. As principais são Holi, celebração do início da primavera; Pongal, no início do inverno, a do nascimento de Krishna (julho/agosto); e a grande noite de Shiva (janeiro/fevereiro).



Muitos Hindus até os dias de hoje, seguindo uma tradição que permanece viva por pelo menos 5,000 anos, realizam abluções às margens de algum rio sagrado (especialmente do Ganges).



Ritual de purificação no rio Ganges





YOGA DHARMA



Uma das formas práticas do hinduísmo é o Yôga (que significa União). São descritos nos dois principais textos do Hinduismo Yôga: O Bhagavad Gita e Yôga Sutras (de Pantajali). Os Upanishads são também de fundamental importância como fundamentos filosóficos.





MANTRA



Símbolo do Mantram OM


Recitação e mantras originaram-se no Hinduismo e são técnicas fundamentais praticadas até os dias de hoje[ o Catolicismo adaptou tais técnicas criando as "ladainhas" - orações curtas e repetitivas]. Muito da chamada mantra yoga, é realizada através de japa (repetições). Dizem que os mantras, através de seus significados, sons, e estilo de canto, auxíliam o sadhaka (aquele que pratica) na obtenção do foco durante a meditação. Eles também são utilizados como uma expressão de amor a deidade, uma outra faceta da Bhakti Yôga.





SACERDÓCIO DO HINDUÍSMO







Os brâmanes (sacerdotes) criaram o sistema de castas, que se tornou a principal instituição da sociedade indiana. Sem abandonar as divindades registradas nos Vedas, estabeleceram Brahma como o deus principal e o princípio criador. Ele faz parte da Trimurti, a tríade divina completada por Shiva e Vishnu. De acordo com a tradição, Brahma teve quatro filhos que formaram as quatro castas originais: brâmanes (saídos dos lábios de Brahma), são os sacerdotes considerados puros e privilegiados; os xátrias (originários dos braços de Brahma), são os guerreiros; os vaicias (oriundos das pernas de Brahma), são os lavradores, comerciantes e artesãos; e sudras (saídos dos pés de Brahma), são os servos e escravos. Os párias são pessoas que não pertencem a nenhuma casta, por terem desobedecido leis religiosas. Estes não podem viver nas cidades, ler os livros sagrados nem se banharem no Rio Ganges.




Brahma


Somente membros das castas mais elevadas, brâmanes, podem realizar os rituais Hindus e ter posições de autoridade nos templos Hindus.





HISTÓRICO



Pouco é conhecido sobre a origem do Hinduísmo, já que sua existência antecede os registros históricos. A existência do Hinduísmo data de 4000 a 6000 mil anos a.C.



Historicamente, a palavra Hindu antecede o Hinduísmo como religião; o termo é de origem persa e primeiramente referia-se ao povo que residia no outro lado (do ponto de vista Persa) do Sindhu ou Rio Indus, de forma que "Hinduísmo" é uma palavra que originalmente indicava uma região geográfica. A Índia moderna nasceu ali, nas proximidades do vale do rio Indo; por isso, por algum tempo, hindu foi sinônimo de indiano. Em 1500 a.C, o Vale do Indo foi invadido pelos arianos, povo de origem indo-européia (os mesmos que desenvolveram a cultura grega). Os dois povos misturaram suas crenças religiosas e, dessa mistura, nasceu o Hinduísmo. Suas tradições passam a ser registradas a partir de 1.500 a.C., nos quatro livros dos Vedas.



No entanto, o termo "hinduísmo" é novo e ocidental. No entanto, isso não durou muito porque muitos indianos passaram a seguir outras religiões. Hoje temos indianos jainistas, budistas, sikhs, muçulmanos, cristãos e... hindus, ou hinduístas. Por outro lado, existem muitos hinduístas no mundo que não são indianos. Hoje, portanto, a palavras "hindu" e "hinduísta" designam os seguidores do Hinduísmo. Os hindus preferem chamar sua religião de Sanatana Dharma - a lei eterna, o ensinamento perpétuo.





O HINDUÍSMO E O SISTEMA DE CASTAS






A ordem social divide as pessoas em castas, assim como a vida se manifesta em formas inferiores e superiores. São imperiosas as obrigações impostas pelo sistema de castas; atuar de acordo com a casta a que pertence é, para o hindu, conseqüência da doutrina enraizada na ordem do universo.



O sistema de castas surgiu na Índia com os árias e começou a desenvolver-se por volta de 850 a.C. Sua origem parece proveniente da divisão entre o imigrante ária, de pele clara, e os nativos (dasya), denominados escravos (dasas), que se distinguiam pela pele escura. Com o tempo, o sistema de classificação evoluiu para o plano político-social-religioso.



Em sua estrutura mais antiga, o sistema era constituído de quatro castas: Os brâmanes (sacerdotes), os xatrias (guerreiros), os vaixás (burgueses) e os sudras (artesãos). Cada casta tem suas próprias normas e está rigorosamente separada das outras. Não é permitido o casamento misto, nem a refeição em comum, nem a participação conjunta em atividades profissionais. A quebra de qualquer dessas obrigações implica a exclusão da casta, pelo que o indivíduo fica privado de todo direito social e se torna um pária, sem casta. Mais tarde esse número aumentou e chegou a mais de três mil castas e subcastas, divisão que ainda influi poderosamente na sociedade indiana, apesar da extinção legal das castas em 1947. Nessa época, o sistema dividia a população hinduísta indiana em cerca de 17 milhões de brâmanes, vinte milhões de membros das outras três castas e mais de sessenta milhões de outras categorias, entre as quais a dos intocáveis (harijans, povo de Deus).





HINDUÍSMO VÉDICO


Por volta do ano 2000 a.C., os árias estabeleceram-se no Irã e na Índia. Sua herança religiosa consistiu nas divindades dos antepassados. Além de deuses tribais, os indo-europeus veneravam deuses cósmicos. Divindades menores e locais são as árvores, as pedras, os rios e o fogo.



A fim de obter a bênção dos deuses, o homem devia satisfazer, no pensamento e na ação, as exigências deles. O ritual foi transformado em princípio moral, sobretudo mais tarde, no Zoroastrismo e no Budismo. A base da "religião védica", no entanto, já existia entre os árias, antes mesmo de invadirem a Índia. Constituída de princípios otimistas e de amor pela vida, não incluía a idéia de existência após a morte. Os cantos sagrados revelavam uma organização social estável, abundância de alimentos, famílias grandes e sucesso nas guerras. Os cultos, antes uma atividade familiar, tornaram-se com o tempo cada vez mais complexos, com elaborado ritual, confiado a sacerdotes. Desenvolveu-se ainda a idéia de um poder criador: Prajapati (em sânscrito, "Senhor das criaturas"), descrito nos Vedas, depois transformado em Brahma.





HINDUÍSMO BRAMÂNICO


A segunda fase do hinduísmo veio com a decadência da antiga religião védica. O sentido monista embutido sob a variedade dos deuses védicos passa a ser ressaltado explicitamente a partir do século VI a.C., quando a casta brâmane desenvolve o formalismo litúrgico e uma refinada sabedoria religiosa e mística, registrados mais tarde em Brahmana e Upanishades, textos sagrados escritos a partir do século VIII a.C. O Bramanismo não é uma nova religião, mas um aprofundamento teológico dos velhos textos. O politeísmo védico é aí interpretado como véu simbólico tecido em torno da concepção monista de uma realidade máxima que transcende todas as coisas: Brahma (em sânscrito, "absoluto"), o ser absoluto e incriado, mais um conceito da totalidade que envolve todas as coisas do que um deus. Brahma é um dos deuses da tríade hindu (trimurti), integrada também por Vishnu e Shiva, tornou-se o deus principal. O homem é atman, uma centelha do Brahma.



O cerimonialismo enriqueceu-se notavelmente sob a direção dos brâmanes (sacerdotes). Os cultos adquiriram poder mágico. As idéias de samsara (transmigração das almas a reencarnações sucessivas) e karma (lei segundo a qual todo ato, bom ou mau, produz conseqüências na vida atual ou nas encarnações posteriores) surgiram nessa época, assim como as especulações filosóficas sobre a origem e o destino do homem. O sistema de castas converteu-se na principal instituição da sociedade indiana, sendo a casta dos brâmanes a mais elevada.



A visão bramânica do mundo e sua aplicação à vida estão descritas no livro do Manusmristi (Código de Manu), elaborado entre os anos 200 a.C. e 200 da era cristã, embora também contenha material muito mais antigo. Manu é o pai original da espécie humana. O livro trata inicialmente da criação do mundo e da ordem dos brâmanes; depois, do governo e de seus deveres, das leis, das castas, dos atos de expiação e, finalmente, da reencarnação e da redenção. Segundo as leis de Manu, os brâmanes são senhores de tudo que existe no mundo.





REFORMAS E SEITAS


As várias tendências surgidas depois do longo período de elaboração filosófica e de decadência do hinduísmo bramânico produziram, no século VI a.C., o Jainismo e o Budismo como religiões distintas, embora alguns especialistas as considerem como grandes seitas heréticas do Hinduísmo. Vardhaman Mahavira, o Jaina, e Siddharta Gautama, o Buda, seus fundadores, rejeitavam os dogmas védicos-bramânicos e anunciavam a auto-suficiência do homem para uma vida plena. O homem não precisa de um deus para realizar seu destino. A preocupação social do budismo, que condenava o sistema de castas e o monopólio religioso dos brâmanes, transferiu-se mais tarde para o Hinduísmo.



O renascimento do Hinduísmo e a invasão islâmica produzida entre 1175 e 1340, que acabou por impor-se a quase toda a Índia, limitaram a expansão do Budismo ao seu país de origem.





HINDUÍSMO CLÁSSICO


No período considerado como clássico do hinduísmo, entre 300 e 1200 da era cristã, as diferentes tradições são harmonizadas e fixadas em algumas obras. O Dharma reúne textos sobre culto, moralidade e liturgia da tradição védica. Em Purana (Relatos antigos), são apresentadas as diferentes vias (margas) para o aperfeiçoamento pessoal e a libertação total do ciclo das reencarnações. Mas a obra que mais contribui para a consolidação das doutrinas hinduístas é a coleção de comentários védicos escrita por Shânkara, guru que interpreta os Vedas no sentido do monismo absoluto: Nada existe senão o Brahma, "único e sem segundo".





TANTRA



A palavra "Tantra" significa "tratado" ou "série continua", e é aplicada a uma variedade de trabalhos místicos, ocultos, médicos e científicos bem como aqueles que agora nos consideramos como "Tântricos" (esotéricos e teológicos), que prega o aperfeiçoamento espiritual pelo completo domínio da mente e dos impulsos corporais. A maioria dos Tantras foram escritos no final da Idade Média e surgiram da cosmologia Hindu e Yôga.





HINDUÍSMO MODERNO


A dominação muçulmana sobre a Índia, entre 1200 e 1757, a dominação britânica, de 1757 a 1947, e as diferentes reações às culturas e religiões dos dominadores dão origem a inúmeras variantes do Hinduísmo. Surgem também novas religiões, algumas artificialmente fomentadas pelo invasor europeu para quebrar a resistência da cultura local e que, ironicamente, hoje são "revendidas" ao ocidente. A voga de Hinduísmo que se alastrou pelas Américas e pela Europa partindo da Califórnia na década de 60 mistura, assim, elementos de origem hindu a produtos ocidentais, formando um amálgama onde até mesmo especialistas têm dificuldade para se orientar. O mesmo acontece com elementos de outras culturas afetadas pela presença ocidental, como a chinesa e a islâmica.



A maioria da atual filosofia Hindu, está relacionada a mudanças que foram influenciadas pelo pensamento Vedantico, o qual é focalizado na meditação, moralidade e centralização no Eu uno ao invés de rituais ou distinções sociais insignificantes como as castas.



Em sua forma atual, o Hinduísmo pode ser visto como terceira fase do Bramanismo. Na atualidade, é crescente a aceitação do Bhagavadgita, texto popular inserido no Mahabharata, como um dos livros fundamentais do Hinduísmo.




REFORMADORES SOCIAIS E RELIGIOSOS


A resistência política ao domínio britânico assume várias formas e produz também um fortalecimento da religião hindu. Surgem vários reformadores sociais e religiosos. Um dos mais importantes, Rabindranath Tagore, promove um renascimento da cultura hindu.



A partir do séc. XX, reformadores religiosos, como Gandhi, procuraram separar a religião da estrutura social. O maior contato com o Ocidente reforçou a idéia da abolição das castas; apesar disso, as tradições sociais e religiosas ainda são mantidas pela maioria indiana.





TEOLOGIA DO HINDUÍSMO





O Hinduísmo possui várias escolas interpretativas e inúmeras formas ritualísticas. No entanto, seus principais postulados são os seguintes:



1. Crença na reencarnação

2. Crença no carma - saldo positivo ou negativo trazido de vidas passadas,

3. Crença no dharma ou dever,

4. Crença no moksha - fim do carma e integração com a Divindade,

5. Crença nos rituais como prática depurativa da alma.



As muitas diferenças e divisões doutrinárias produziram enorme diversidade de cultos e de sistemas no hinduísmo. O paraíso hindu abriga 330 milhões de deuses, expressões de um Brahman único que encerra em si mesmo o universo todo. O despedaçamento de seu corpo, que produziu o nascimento do universo, é a base da doutrina hinduísta de um Deus simultaneamente criador e destruidor da realidade. Brahma está além de toda ação ou inação e acima do bem e do mal. Tudo é deus, deus é tudo: O hinduísmo ensina, como no Panteísmo, que o homem está unido com a natureza e com o universo. O universo é deus, e estando unido ao universo, todos são deuses. Ensina também que este mesmo deus, é impessoal.



O hinduísmo concilia de certo modo monoteísmo e politeísmo. Por um lado é uma doutrina da unidade absoluta, mas também admite, com base nessa mesma unidade, a coexistência de uma pluralidade de cultos. Os hindus consideram que a realidade é única (Braman), mas há mais modos de se falar nela. Assim, é compatível para eles o culto a inúmeros deuses. A forma mais popular de culto aproxima-o de um monoteísmo, mas na forma de uma tríade.



Os inúmeros deuses e deusas do Hinduísmo representam diferentes manifestações ou características de Brahman. Muitos deuses adorados pelos hindus são amorais e imorais.



Os deuses masculinos mais venerados são: Krishna, Rama (duas encarnações de Vishnu), Ganesh, Agni, Surya, Indra, Vayu e Varuna. As deusas femininas mais veneradas são: Pavarti, Kali, Durga, Lakshmi e Shakti.



Os três deuses principais são Brahma - o criador, Vishnu - o protetor e Shiva - o destruidor, que compõem a Trimurti Sagrada [o equivalente à Trindade Pai, Filho e Espírito Santo do Catolicismo]. Pode parecer estranho para os padrões de uma cultura cristã, mas o culto direto aos membros da Trimurti é relativamente raro - em vez disso, costumam-se cultuar avatarres mais específicos e mais próximos da realidade cultural e psicológica dos praticantes, como por exemplo Krishna, Avatar de Vishnu e personagem central do Bhagavad Gita. Entre as muitas encarnações de Vishnu para salvar o mundo, ele teria vindo também como Rama.



São várias as divindades. Agni é o pai dos homens, deus do fogo e do lar. Indra rege a guerra. Varuna é o deus supremo, rei do universo, dos deuses e dos homens. Ushas é a deusa da aurora; Surya e Vishnu, regentes do sol; Rudra e Shiva, da tempestade. Animais como a vaca, o rato, e as serpentes são adorados por serem possivelmente, a reencarnação de alguns dos familiares. Existe três vezes mais ratos que a população do país, os quais destroem um quarto de toda a colheita da nação. A coexistência de tantas formas e manifestações religiosas criou os mais extraordinários símbolos: deuses com mil olhos, como Indra, e Kali, que se popularizou principalmente por um de seus filhos, Ganesha, com vários braços e cabeça de elefante.




Ganesha



O destino do homem, entretanto, não depende de nenhum desses deuses, mas de seu próprio esforço. O homem pode condenar-se ou salvar-se dos sofrimentos, causados pela Samsara, a roda da vida que gira sem cessar, produzindo nascimentos e renascimentos sucessivos. A alma de todas as criaturas (e não somente dos homens) está sujeita a um novo nascimento. É a reencarnação sucessiva, sacralização da vida trágica de longos períodos de fome, guerras, doenças e cataclismos. O karma, a repetição da vida por meio de vários nascimentos, é a esperança de atingir uma casta mais elevada. A salvação consiste na liberação desse ciclo e na fusão final com Deus.



O rio Ganges é considerado sagrado, no qual, milhares de pessoas se banham diariamente, afim de se purificar. Muitas mães afogam seus filhos recém-nascidos, como sacrifício aos deuses.



Os hindus veneram os chamados homens santos. Eles podem ser um sadhu, um sanyasi, um guru, ou um avatar. São indivíduos que abandonaram suas casas e posses para seguir uma vida de oração, meditação ou trabalho. [Os sadhus são peregrinos quase mendigos; os sanyasis são discípulos de um guru; o guru é um buscador que já atingiu a iluminação; o avatar é a encarnação de um deus].





COSMOLOGIA HINDU



A energia latente que existe dentro de Brahma, quando liberada na criação do universo, toma a forma de Maya (ilusão), que assim é captada por nossos sentidos. Qualquer universo, como projeção de Brahma, tem a existência limitada a 4,32 bilhões de anos solares. No final desse ciclo, as chamas ou as águas destroem esse universo e Maya retorna a Brahma, repetindo-se o processo indefinidamente. Esta filosofia alimentou a teoria do Big Craunch, segundo a qual o Universo, depois de um período de expansão, passaria por um período de contração, que o levaria à condição original, e a um novo Big Bang.





AS LEIS DO MANU



O Manu é o legendário homem, Adão, o Adão dos Hindus. As leis do Manu são uma coleção de textos atribuídos a ele.





MAYA - O MUNDO FÍSICO É UMA ILUSÃO



No mundo tridimensional, designado por Maya (= ilusão, artifício, encantamento), o homem e sua personalidade não passa de um sonho. Para se ver livre dos sofrimentos (pagamento daquilo que foi feito na encarnação passada, ou Karma), a pessoa deve ficar livre da ilusão da existência pessoal, individual. Através do Yôga e meditação, a pessoa pode transcender este mundo de ilusões e atingir a iluminação, a liberação final. O hinduísmo ensina que Yôga é um processo de oito passos, no qual o praticante perde o senso da existência individual, e se funde com o Todo Universal.



Maya é aquela que produz aquilo que não existe. Como véu, Maya encobre a apreciação de nossa verdadeira natureza divina, Brahman. Individualmente ela é avidya, a ignorância que produz o sentimento de limitação, a identificação com o corpo.





KARMA



Do sânscrito karmam; em pali, Kamma, significa ação - missão determinada em função do saldo de existências anteriores e de ações e reações acumuladas. O bem e o mal que a pessoa faz, determinará como ela virá na próxima reencarnação. A maior esperança de um hinduísta é chegar no estágio de se transformar no Inexistente; vir a ser parte deste deus impessoal, do Universo. O termo tem uso religioso dentro das doutrinas Hinduísta, Budista e Jainista. Foi posteriormente adotado também pela Teosofia, pelo Espiritismo Kardecista e por grande parte dos membros do denominado "Movimento New Age". Dependendo da doutrina e dos dogmas da religião discutida, este termo pode parecer diferente, porém sua essência sempre foca as ações e suas conseqüências.





LIVROS SAGRADOS DO HINDUÍSMO



Os Vedas



O Hinduísmo está fundamentado nos quatro livros dos Vedas (= Conhecimento), um conjunto de textos sagrados surgidos há cerca de 3500 anos atrás, compostos de hinos e ritos, denominados de Rig-veda, Sama-veda, Yajur-veda e Artharva-veda. Estes quatro volumes são divididos em duas partes: A porção do trabalho (rituais) e a porção do conhecimento (especulações filosóficas), também chamada de Vedanta. São os livros que contêm as verdades eternas reveladas pelos deuses ou a ordem (dharma) que rege os seres e as coisas, organizando-os em categorias distintas (castas), cada uma com seus próprios deveres e direitos espirituais e sociais.



Segundo a tradição hindu, esse Conhecimento foi revelado no início da Criação aos primeiros mestres, pelo próprio Criador na forma do primeiro mestre, Dakshinamurti, e transmitido oralmente de mestre a discípulo. Os Vedas são, portanto, apaurusheya, ou seja, não foram criados por ser humano.



Os outros livros sagrados importantes são os Upanishads, o Mahabharata, o Bhagavad Gita (uma parte do Mahabharata) e o Ramayana.



Os textos sagrados referem-se à Trimúrti, uma tríade divina composta por Brahma, o princípio criador, Shiva, o princípio destruidor, e Vishnu, o princípio conservador. Krishna e Rama são "versões" diferentes do mesmo deus Vishnu. Os cultos de Shiva e Vishnu são difundidos no Mahabharata e no Ramayana, textos épicos escritos por volta do século VI a.C.





Os Upanishads



A palavra Upanishads significa 'sentar próximo ou perto' pois eles explicavam aos estudantes enquanto eles sentavam-se próximos aos mestres. Surgiram como comentários sobre os Vedas, sua finalidade e essência, sendo portanto conhecidos como Vedanta = "o fim do Veda". Entretanto é importante observar que Upanishads são textos e Vedanta é filosofia. Os Upanishads mais precisamente organizaram a Doutrina Védica de auto-realização, yoga e meditação, karma e reencarnação, que eram veladas no simbolismo da antiga religião de mistérios. Contêm também transcrições de vários debates espirituais, e 12 de seus 123 livros são considerados básicos por todos os hinduístas.





O Bhagavad Gita



O Bhagavad Gita é considerado parte do Mahabharata (escrito em 400 ou 300 a.C.), é um texto central do Hinduísmo, um diálogo filosófico entre o deus Krishna (uma das encarnações do deus Vishnu) e o guerreiro Arjuna. Este é um dos mais populares a acessíveis textos do Hinduísmo, e é de essencial importância para quem está interessado no Hinduísmo. O Gita discute altruísmo, dever, devoção, meditação, integrando diferente partes da filosofia Hindu.



A obra é uma das principais escrituras sagradas da cultura da Índia, e compõe a principal obra da religião Vaishnava, popularmente conhecida como movimento Hare Krishna e difundida apartir e 1965 no ocidente por Bhaktivedanta Swami Prabhupada. A obra foi traduzida e comentada pelo erudito indiano, dando origem ao livro "Bhagavad-Gita - Como ele é", Nestes preceitos, o livro apresenta a ciência da auto-realização e da consciência em Krishna através do serviço devocional e da bhakti-yoga.





O Mahabarata



O Mahabarata (em sânscrito, grande Índia) e o Ramayana são épicos nacionais da Índia. Eles provavelmente são os poemas mais longos escritos em todo o mundo. O Mahabharata é atribuído ao Sábio Vyasa (ditado por Krishna-Dwaipayana). Sua versão completa, incluindo o Bhagavad Gita, supõem-se que seja do século 8 a.C. Conta a legenda dos Bharatas, uma das tribos Aryan.



O Ramayana



O Ramayana é atribuído ao poeta Valmiki, e foi escrito no primeiro século d.C., apesar de ser baseado em tradições orais que datam de seis ou sete séculos a.C.





PRINCIPAIS LÍDERES ESPIRITUAIS DO HINDUÍSMO:



· Sai Baba Gita

· Gandhi

· Krishnamurti

· Osho (Rajneesh)

· Paramahansa Yogananda

· Ramesh Balsekar

· Ramana Maharshi

· Sri Mata Amritanandamayi Devi




















Teologia do Hinduísmo
Tudo é deus, deus é tudo: o hinduísmo ensina, como no Panteísmo, que o homem está unido com a natureza e com o universo. O universo é deus, e estando unido ao universo, todos são deuses. Ensina também que este mesmo deus, é impessoal. Muitos deuses adorados pelos hindus são amorais e imorais.

O mundo físico é uma ilusão: no mundo tridimensional, designada de maya, o homem e sua personalidade não passa de um sonho. Para se ver livre dos sofrimentos (pagamento daquilo que foi feito na encarnação passada), a pessoa deve ficar livre da ilusão da existência pessoal e física. Através da ioga e meditação transcedental, a pessoa pode transceder este mundo de ilusões e atingir a iluminação, a liberação final. O hinduísmo ensina que a ioga é um processo de oito passos, os quais levam a culminação da pessoa transcender ao universo impessoal, no qual o praticante perde o senso de existência individual.

A lei do carma: o bem e o mal que a pessoa faz, determinará como ela virá na próxima reencarnação. A maior esperança de um hinduísta é chegar no estágio de se transformar no inexistente. Vir ser parte deste deus impessoal, do universo.

Verdades Bíblicas

Deus: Cremos em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas distintas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, Dt 6.24; Mt 28.19; Mc 12.29.

Jesus: Cremos no nascimento virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal de entre os mortos, e em sua ascensão gloriosa aos céus, Is 7.14; Lc 1.26-31; 24.4-7; At 1.9.

Espírito Santo: Cremos no Espírito Santo como terceira pessoa da Trindade, como Consolador e o que convence o homem do pecado, justiça e do juízo vindouro. Cremos no batismo no Espírito Santo, que nos é ministrado por Jesus, com a evidência de falar em outras línguas, e na atualidade dos nove dons espirituais, Jl 2.28; At 2.4; 1.8; Mt 3.11; I Co 12.1-12.

Homem: Cremos na criação do ser humano, iguais em méritos e opostos em sexo; perfeitos na sua natureza física, psíquica e espiritual; que responde ao mundo em que vive e ao seu criador através dos seus atributos fisiológicos, naturais e morais, inerentes a sua própria pessoa; e que o pecado o destituiu da posição primática diante de Deus, tornando-o depravado moralmente, morto espiritualmente e condenado a perdição eterna, Gn 1.27; 2.20,24; 3.6; Is 59.2; Rm 5.12; Ef 2.1-3.

Bíblia: Cremos na inspiração verbal e divina da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé para a vida e o caráter do cristão, II Tm 3.14-17; II Pe 1.21.

Pecado: Cremos na pecaminosidade do homem, que o destituiu da glória de Deus, e que somente através do arrependimento dos seus pecados e a fé na obra expiatória de Jesus o pode restaurar a Deus, Rm 3.23; At 3.19; Rm 10.9.

Céu e Inferno: Cremos no juízo vindouro, que condenará os infiéis e terminará a dispensação física do ser humano. Cremos no novo céu, na nova terra, na vida eterna de gozo para os fiéis e na condenação eterna para os infiéis, Mt 25.46; II Pe 3.13; Ap 21.22; 19.20; Dn 12.2; Mc 9.43-48.

Salvação: Cremos no perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita, e na eterna justificação da alma, recebida gratuitamente, de Deus, através de Jesus, At 10.43; Rm 10.13; Hb 7.25; 5.9; Jo 3.16.

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