21 dezembro 2018

Papa Francisco reafirma posição da Igreja e a incompatibilidade do sacerdócio com a vivência homossexual.


Desde o dia 3 de dezembro, está à venda o livro ‘La fuerza de la vocación’ (Publicações Claretianas, no Brasil, pelas Paulinas) Trata-se de uma entrevista do claretiano Fernando Prado com o Papa Francisco sobre o passado, o presente e o futuro da vida consagrada. Um livro claro e corajoso, no qual Francisco não foge de nenhuma pergunta. Nem sequer da polêmica questão da homossexualidade na Igreja, que Religión Digital adianta com exclusividade.
Eis uma pequena parte da entrevista.
Há limites que não devem ser tolerados na formação ( dos sacerdotes e pessoas consagradas) ?
Evidente. Quando há candidatos com neuroses e desequilíbrios fortes, difíceis de poder represar, mesmo com a ajuda terapêutica, não se deve aceitá-los no sacerdócio, nem na vida consagrada. É preciso ajudá-los para que se encaminhem por outro lugar, não se deve abandoná-los. É necessário orientá-los, mas não devemos admiti-los. Sempre tenhamos presente que são pessoas que viverão a serviço da Igreja, da comunidade cristã, do povo de Deus. Não esqueçamos esse horizonte. Precisamos cuidar para que sejam psicológica e afetivamente sadios.
Não é um segredo que na vida consagrada e no clero também existem pessoas com tendências homossexuais. O que dizer disto?
É algo que me preocupa, porque talvez em algum momento não se focou bem. Na linha do que estamos falando, eu diria a você que precisamos cuidar muito na formação da maturidade humana e afetiva. Precisamos discernir com seriedade e escutar a voz da experiência que a Igreja também possui. Quando não se cuida do discernimento em tudo isto, os problemas crescem. Como dizia antes, acontece que no momento talvez não dão a cara, mas depois aparecem.
A questão da homossexualidade é uma questão muito séria que é necessário discernir adequadamente desde o começo com os candidatos, se for o caso. Precisamos ser exigentes. Em nossas sociedades, parece inclusive que a homossexualidade está na moda e essa mentalidade, de alguma maneira, também influencia na vida da Igreja.
Tive, aqui, um bispo um tanto escandalizado, que me contou que havia ficado sabendo que em sua diocese, uma diocese muito grande, havia vários sacerdotes homossexuais e que precisou enfrentar tudo isto, intervindo, antes de mais nada, na formação, para formar outro clero distinto. É uma realidade que não podemos negar. Na vida consagrada também não faltam casos. Um religioso me contava que, em visita canônica a uma das províncias de sua congregação, ficou surpreso. Ele via que havia bons garotos estudantes e que inclusive alguns religiosos já professos eram gays.
Ele mesmo duvidava da questão e me perguntou se nisso havia algo de ruim. “Em definitivo – dizia ele – não é tão grave; é somente expressão de um afeto”. Isto é um erro. Não é só expressão de um afeto. Na vida consagrada e na vida sacerdotal, tais tipos de afetos não cabem. Por isso, a Igreja recomenda que as pessoas com essa tendência arraigada não sejam aceitas ao ministério, nem à vida consagrada. O ministério ou a vida consagrada não é seu lugar. Aos padres, religiosos e religiosas homossexuais, é necessário exortá-los a viver integralmente o celibato e, sobretudo, que sejam primorosamente responsáveis, procurando jamais escandalizar suas comunidades, nem o santo povo fiel de Deus, vivendo uma vida dupla. É melhor que deixem o ministério ou sua vida consagrada, antes que viver uma vida dupla.
Fonte: Religón Digital ( Espanha)

Mitos e verdades sobre o suicídio. Precisamos entender para poder ajudar.



Brasil é o 8º país do mundo onde há mais suicídios. São cerca de 12.000 cada ano. E uma das soluções para que este número diminua é precisamente conhecer mais sobre o tema, conversar mais sobre isso, saber identificar quando uma pessoa dá sinais de que pretende se matar – sim, a pessoa dá muitos sinais de que precisa de ajuda.
Apresentamos, a seguir, alguns mitos e verdades sobre o tema do suicídio, extraídos da Cartilha Informativa “Suicídio: conhecer para prevenir”. Vale a pena ler e compartilhar:
1. Quem pensa em cometer suicídio, realmente que se matar?
A maioria das pessoas que pensam em se matar, na verdade, têm sentimentos ambivalentes. Elas desejam por um fim a um sofrimento.
2. É verdade que as pessoas que querem se suicidar não avisam?
Não. Suicidas frequentemente dão ampla indicação de sua intenção.
3. Existem suicídios que não podem ser prevenidos?
Verdade, mas 90% podem ser prevenidos.
4. Uma vez suicida, sempre suicida?
Pensamentos suicidas podem retornar, mas eles não são permanentes e em algumas pessoas eles podem nunca mais retornar.
5. Se eu falar sobre o suicídio com a pessoa que quer se matar, poderia estar induzindo a isso?
Não. Falar sobre o suicídio e as ideias que está tendo, ajuda a pessoa a se sentir acolhida por alguém que se interessa por seu sofrimento. Vale ressaltar que buscar ajuda profissional é importante após esse momento.
6. A pessoa que ameaça suicídio deseja manipular os outros?
A ameaça de suicídio deve ser sempre lavada a sério. Isso indica que a pessoa está sofrendo e necessita de ajuda.
7. O suicídio é um ato de covardia ou de coragem?
Nenhum dos dois. Na verdade, o que dirige a ação de suicidar-se é uma dor psíquica insuportável.
 Se você suspeita que alguém próximo a você pensa em cometer suicídio, tente se aproximar e:
• Pergunte se o pensamento existe e em que nível;
• Se já houve planejamento e como;
• Procure ouvi-lo atentamente;
• Tente compreender os sentimentos dessa pessoa;
• Expressar respeito pelas opiniões e pelos valores dela;
• Converse abertamente;
• Demonstre sua preocupação, seu cuidado e sua afeição para com ela;
• Procure conversar com a família, amigos ou rede de apoio dessa pessoa;
• Caso a pessoa tenha acesso a métodos suicidas, como armas e remédios, remova-os imediatamente.
• Oriente e ajude a buscar ajuda na rede de saúde mental de sua comunidade e/ou outros equipamentos e órgãos: CAPS, Postos de saúde, Clínicas-escolas, CVV, ONGs etc.
Estes 6 sinais podem identificar um possível suicida – e ajudar a salvá-lo:
1. Comportamentos que denotam sofrimento intenso
Pensamentos obsessivos, lamentos de que a vida não tem sentido, desesperança, incapacidade de mudar, falta de energia para tarefas básicas, muito tempo na cama, dificuldades para tomar decisões que antes eram tomadas normalmente, perda de interesse por atividades antes prazerosas. Diante de uma pessoa com estes sinais, converse em tom acolhedor, mostrando-se próximo e solidário, e auxilie na busca de ajuda profissional. Estes sinais coincidem com vários indicativos de depressão, uma doença cada vez mais comum e que exige atenção séria. Não significam necessariamente uma tendência ao suicídio, mas são um sinal de alerta que não deve ser desconsiderado.
2. Mudanças drásticas de humor
É natural ter variações de humor durante o dia: você pode se sentir ótimo e de repente ficar muito raivoso ou triste, como reação a certos acontecimentos. Mas há pessoas cujas alterações de humor são extremas, impulsivas e frequentes. Preste atenção às variações repentinas e exageradas – em casos de emergência, não hesite em ligar para o número 190 e solicitar ajuda.
Essas mudanças devem ser observadas com atenção também nos adolescentes. A adolescência é um período em que as alterações comportamentais são comuns e, precisamente por isso, a sua gravidade corre o risco passar despercebida. Se o adolescente se tranca no quarto sem querer conversa com ninguém e não sabe manifestar seu sofrimento com clareza, tente ouvi-lo sem julgamentos e se mostre compreensivo e amigo. Se a comunicação for complicada demais, procure ajuda especializada.
3. Acontecimentos chocantes ou traumáticos
Fatos muito dolorosos, principalmente quando inesperados, podem causar grande impacto negativo: a morte de uma pessoa querida, a perda de trabalho importante e bem remunerado, uma doença grave, casos de bullying intenso, tudo isso pode ser estopim para o suicídio. Quando esses acontecimentos provocam mudanças bruscas de rotina e comportamento, deixam a pessoa sem saber como reagir e a levam a parar de fazer coisas que antes ela considerava importantes, esteja bem próximo e a leve a um bom psicólogo ou psiquiatra.
4. Avisos verbais
A pessoa desesperada que pensa em acabar com a própria vida costuma dar sinais de que está interiormente gritando por socorro – ela chega a dizer frases como “Não aguento mais”, “Quero morrer”, “A vida não vale a pena”, “Vai ser melhor para todos sem mim”, “Era melhor nem ter nascido” etc. Pode ser apenas drama e exagero? Pode. Mas, na dúvida, fique bem atento a esses sinais e aos outros indícios que acompanham um comportamento depressivo suicida. Essas frases nunca devem ser ignoradas. Há quem ache que “uma pessoa que quer mesmo se matar não fica avisando”. Esta ideia é falsa. Quem quer se matar sempre dá uma série de indícios, verbais ou não. Lembre-se das estatísticas: para cada suicídio consumado, houve cerca de 10 a 20 tentativas prévias. Não ignore.
5. Transtornos psicológicos e de dependência
Os riscos aumentam quando a pessoa sofre doenças psicológicas como depressão grave, transtorno bipolar, personalidade borderline, esquizofrenia, estresse pós-traumático, assim como o trauma decorrente de abusos físicos e sexuais. Mais de 50% dos suicídios são cometidos por pessoas com depressão ou transtornos de humor, inclusive os ligados à dependência de drogas e de álcool. Remédios associados com bebida também formam um quadro bastante perigoso.
Fique atento a comportamentos irresponsáveis recorrentes, como o próprio abuso de álcool e drogas, a direção imprudente, a prática sexual inconsequente. Nem todo mundo que apresenta esses comportamentos tem pensamentos suicidas, mas, de qualquer forma, esses indícios requerem especial atenção, orientação e tratamento: eles indicam um grau bastante considerável de insatisfação interior que não pode ser ignorada.
6. Melhoras repentinas
Isso mesmo: quando uma pessoa muito triste e deprimida se mostra subitamente alegre, existe o risco de que ela esteja planejando o suicídio. A aparente melhora pode ser uma simulação. Observe, adicionalmente, se ela também parece estar resolvendo pendências, se despedindo de amigos e familiares, doando posses. Tais mudanças súbitas em alguém que estava há pouco tempo no fundo do poço devem ser encaradas com muita prudência. Informe ao médico e recorra também a serviços de orientação como os do Centro de Valorização da Vida acesse aqui o site ou ligue para o 141).
Em todos esses cenários:
– Observe e, principalmente, ESCUTE a pessoa.
– Saiba ter paciência e acolher a angústia dela.
– Acompanhe-a nas consultas médicas.
– Mantenha os familiares mais próximos também atentos.
E se quem está pensando em suicídio é você mesmo:
Por favor, se dê uma chance e procure ajuda profissional agora mesmo. Abra-se! O que você está sentindo é uma doença perfeitamente tratável, que pode e vai ser curada. Mas você precisa de ajuda.

Pe. Lombardi: Igreja deve enfrentar a questão dos abusos em profundidade.


São palavras do padre Federico Lombardi na última edição da revista Civiltà Cattolica em um longo artigo intitulado “Rumo ao encontro dos bispos sobre a proteção dos menores”. Às vezes, adverte o jesuíta, “continua-se a iludir que se trate de um problema principalmente ocidental, ou mesmo americano ou anglófono”, na realidade, “não se deve ignorar desta presença algumas vezes ainda latente a ponto de possibilitar uma futura e dramática erupção”. Por isso, adverte Padre Lombardi, “é preciso olhar a realidade de frente”.

Minimizar a questão dos abusos é caminho errado

Algumas vezes, escreve o jesuíta, “mesmo em ambientes da Igreja ouve-se que é hora de mudar de assunto, que não está certo dar muito peso a este tema, porque pode se tornar opressivo e a questão será engrandecida. Mas este é um caminho errado”. Se a questão “não for enfrentada com profundidade nos seus vários aspectos – prossegue – a Igreja continuará a se encontrar em crise continuamente”, a credibilidade dos sacerdotes ficará “ferida” e, principalmente, “serão prejudicadas a substância da sua missão de anúncio evangélico e o trabalho educativo para a infância e a juventude”.

O caso de Boston fez emergir a questão

Padre Lombardi repercorre a história da questão dos abusos na Igreja, recordando que a primeira grande crise ocorreu depois do ano 2000 nos Estados Unidos e foi enfrentada por São João Paulo II nos seus últimos anos de Pontificado. As “grandes lições” do que ocorreu na arquidiocese de Boston, escreve o jesuíta, são “bem claras, mesmo se foram entendidas e aceitas com dificuldade”. Primeiramente, “a seleção e a formação dos candidatos ao sacerdócio”, devem ser revistas “com cuidado e com rigor”. Assim como é “indefensável” o modo com o qual as autoridades eclesiásticas ocultaram a verdade para evitar escândalos, “negligenciando a gravidade do sofrimento das vítimas”. Também o papel da mídia requer uma resposta de transparência, enfim é necessária uma colaboração com as autoridades civis.

Com Bento XVI a renovação das normas canônicas

Já na parte final do pontificado de João Paulo II, o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal Joseph Ratzinger, comprometeu-se com particular força em enfrentar a questão. Um esforço que se amplificou quando o cardeal alemão foi eleito Papa. Bento XVI decreta uma série de novas “Normas para os delitos mais graves”, seguido em 2011 pela importante “Carta às Conferência Episcopais de todo o Mundo” para ajudar-lhe a preparar as “Diretrizes para o tratamento dos casos de abuso sexual de menores por parte de membros do clero”. Diretrizes que, escreve padre Lombardi, “tornam se assim o documento de referência necessário para a conversão e a renovação da comunidade eclesial a partir da dramática experiência dos abusos”. O compromisso pessoal que Bento XVI assumiu nesta dramática questão, “é evidenciado também pelos seus vários encontros com as vítimas durante suas viagens apostólicas pelo mundo”.

Francisco contra os abusos sexuais, de poder e de consciência

Francisco, destaca padre Lombardi, continua com decisão “o caminho traçado pelo seu Predecessor”. Ele também “se envolveu pessoalmente, encontrando vítimas de abusos sexuais”. Um ato importante, escreve o jesuíta, foi a constituição – poucos meses depois da sua eleição – da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores (dezembro de 2013), presidida pelo cardeal Sean O’Malley. Um organismo que obteve particularmente três resultados, segundo a revista dos jesuítas: o modelo oferecido pelas “Diretrizes”; os cursos de formação para os bispos recém nomeados; e a proposta de um Dia de Oração pelas vítimas de abusos.
Padre Lombardi destacou também a importância de dois documentos aprovados pelo Papa Francisco: o Rescrito de 2014 e o motu proprio de 2016 “Como uma mãe amorosa”. São dois documentos que reforçam a responsabilidade das autoridades eclesiásticas. Foi particularmente significativa a Carta ao Povo de Deus, de 20 de agosto deste ano. Francisco já “não fala somente de abusos sexuais”, mas também “de poder e de consciência”. E pede com força que, para enfrentar este escândalo, todos os fiéis sintam-se co-responsáveis pelo “caminho sinodal da Igreja” e que “toda forma de clericalismo seja decididamente combatida”.

Cássio José: blog 100% Católico

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