Para os deste milênio, a fé triunfa sobre o relativismo!
Uma multidão de jovens pelas ruas, cantando, dançando, abanando bandeiras de todo o mundo.
De repente uma figura diminutiva emerge de seu carro branco e eles entram em erupção, correndo para
encontrar o melhor lugar para ver este superstar internacional. Um ídolo do rock? Um atleta famoso? Um
político prodigioso?
Não: um senhor – mais para erudito que celebridade – que timidamente sorri para entender tanta
adulação.
Papa Bento XVI chega nesta semana a Madri para uma semana de celebração marcada pela presença
de milhões de adolescentes e outros católicos de vinte e alguma coisa anos de idade na Jornada
Mundial da Juventude. O evento internacional oferece a jovens católicos a chance de aprender sobre a
fé e praticá-la juntos: Pense em Missa, leituras, orações e mais Missas.
Mas esta não é uma conferência religiosa comum. A música é alta, as horas são tardes, os participantes
são jovens, diversificados e exuberantes.
Todo o espetáculo pode confundir aqueles que estão do lado de fora da Igreja: Por que estes jovens
iriam pertencer a uma menos celebrada, atrasada e opressiva instituição como a Igreja Católica
Romana? E por que eles iriam considerar o Papa Bento XVI, de 84 anos, não apenas amável mas
também uma inspiração? A resposta para estas questões está no descontentamento e no desejo de um
grupo peculiar da geração deste milênio.
O Retorno da Tradição
A primeira vista, estudos como o relatório de Pew 2010 sobre “Religião entre Pessoas deste Milênio”
parecem indicar que jovens católicos (idades entre 18-29 anos) são um exemplo da tendência de sua
geração em relação à indiferença religiosa. Para entender, eles são menos prováveis para ir às missas
semanais, muito menos rezar diariamente e menos ainda para considerar a religião “muito importante”
em relação a Católicos de 30 anos para cima. Ainda assim, os Católicos deste milênio que praticam
sim e valorizam sim sua fé estão fazendo algo estranho: eles estão liderando o renascimento da liturgia
tradicional Católica e as disciplinas que seus pais e avós abandonaram largamente.
Um estudo recente sobre ordens religiosas Católicas confirma esta tendência. Irmã Mary Bendyna,
membro das Irmãs da Misericórdia das Américas e diretora do centro filiado à Universidade Georgetown
que conduziu o estudo, sintetizou os achados para o The New York Times. Comparado às gerações
passadas, afirma ela, as pessoas deste milênio que consideram se tornarem padres ou freiras são “mais
atraídos ao estilo de vida religioso tradicional, onde há vida comunitária, oração comunitária, celebração
da Missa juntos, oração em comum da Liturgia das Horas (ciclo diário na Igreja de leituras das Escrituras
e orações)”. “Eles são mais propensos a dizer que a fidelidade à Igreja é importante para eles”,
acrescentou, “e eles definitivamente procuram por comunidades onde seus membros usem hábitos”,
aquela antiga veste usada por monges e freiras.
Substância e Sacrifício
Como membro desta estranha corte do milênio, eu também meditei sobre isso. Acho que a resposta vem
disto: o estilo liberal dos anos 60’s – dos códigos morais, das obrigações familiares, dos compromissos
religiosos – nos traiu.
Em algum lugar no século passado, surgiu um novo credo, dizendo que todos deviam fazer seu próprio
credo. Este sistema de crença tolerante, de mente aberta, parecia prometer liberdade: sexo seguro
com muitos parceiros, drogas e álcool rápidos e abundantes, divórcios sem justificativas. Então, os pais
da nossa geração, os dos anos 50 e 60’s, se divertiram muito e deixaram para nós somente a ressaca
do dia seguinte: corações despedaçados, lares destruídos e dependência química, além do crescente
aumento de depressão na adolescência e de suicídio.
A religião do “qualquer coisa serve” do final do século 20, não pode prevenir nem ao menos explicar
estas conseqüências. (Afinal de contas, se eu estou bem, se você está bem e nós podemos fazer o
que a gente quiser, por que então há tantas pessoas infelizes?) Quando cada membro da sociedade
faz o que quer que os faça se sentir bem, o inevitável resultado não é a plenitude pessoal e a harmonia
comunitária, mas o egoísmo e o colapso social.
Com estas realizações em mente, muitas pessoas deste milênio rejeitam os pressupostos do liberalismo
dos anos 60’s em favor de algo mais substancial: as crenças, as práticas e o código moral que definiu a
vida religiosa por séculos. Ao contrário do cientismo reducionista ou do romanticismo vago, as religiões
tradicionais propõem uma explicação específica e persuasiva para o mundo que está diante de nós –
partido, atormentado pelo sofrimento, escravizado pelo pecado, mas que ainda assim revela relances da
beleza e grandeza.
Mais intelectualmente coerente do que o relativismo, a ortodoxia é também mais exigente. Faz-nos
colocar os outros acima de nós mesmos, a verdade acima do que nós gostaríamos que fosse verdade, a
luta pela virtude acima da busca pelo prazer. Em uma palavra, prega o sacrifício.
Estes temas serão proeminente em Madri durante esta semana, quando Católicos de todas as
nacionalidades se reúnem para rezar e festejar. Então, por que eles estão felizes por serem Católicos?
Porque eles concluíram que os ensinamentos da Igreja são de fato verdadeiros e porque eles
reconheceram que a verdadeira liberdade está no sacrifício de si mesmo. Longe de repressivo, estas
realizações são – como milênios de outras crenças atestam – excitantes.
O papa Bento sabe que os jovens ponderam estas questões e desejam mais do que a cultura de hoje
oferece. Quando fala a eles, o papa não esmorece. Sua voz é calma, até mesmo gentil, mas ele não
tem medo de desafiar sua congregação. E ele está certo em o fazer: os jovens não precisam de outras
afirmações sem sentido sobre o seu valor. Eles querem uma explicação sobre como está o mundo e de
uma missão para mudá-lo. A pergunta que eles fazem não é mais “O que é que vai fazer com que eu
me sinta bem?, mas “O que é que vai fazer de mim uma pessoa boa e como eu posso fazer bem para o
mundo?”
Não importa no que você acredita, admita: Eles estão fazendo as perguntas certas!
Por Ana Williams, escritora do USA TODAY. Ela esteve presente por duas vezes na Jornada Mundial dos Jovens,
em 2005 e em 2008.
Fonte:
http://www.usatoday.com/news/opinion/forum/2011-08-14-millennials-religion-catholic_n.htm?
loc=interstitialskip
Uma multidão de jovens pelas ruas, cantando, dançando, abanando bandeiras de todo o mundo.
De repente uma figura diminutiva emerge de seu carro branco e eles entram em erupção, correndo para
encontrar o melhor lugar para ver este superstar internacional. Um ídolo do rock? Um atleta famoso? Um
político prodigioso?
Não: um senhor – mais para erudito que celebridade – que timidamente sorri para entender tanta
adulação.
Papa Bento XVI chegou nesta semana a Madri para uma semana de celebração marcada pela presença
de milhões de adolescentes e outros católicos de vinte e alguma coisa anos de idade na Jornada
Mundial da Juventude. O evento internacional oferece a jovens católicos a chance de aprender sobre a
fé e praticá-la juntos: Pense em Missa, leituras, orações e mais Missas.
]Mas esta não é uma conferência religiosa comum. A música é alta, as horas são tardes, os participantes
são jovens, diversificados e exuberantes.
Todo o espetáculo pode confundir aqueles que estão do lado de fora da Igreja: Por que estes jovens
iriam pertencer a uma menos celebrada, atrasada e opressiva instituição como a Igreja Católica
Romana? E por que eles iriam considerar o Papa Bento XVI, de 84 anos, não apenas amável mas
também uma inspiração? A resposta para estas questões está no descontentamento e no desejo de um
grupo peculiar da geração deste milênio.
O Retorno da Tradição
A primeira vista, estudos como o relatório de Pew 2010 sobre “Religião entre Pessoas deste Milênio”
parecem indicar que jovens católicos (idades entre 18-29 anos) são um exemplo da tendência de sua
geração em relação à indiferença religiosa. Para entender, eles são menos prováveis para ir às missas
semanais, muito menos rezar diariamente e menos ainda para considerar a religião “muito importante”
em relação a Católicos de 30 anos para cima. Ainda assim, os Católicos deste milênio que praticam
sim e valorizam sim sua fé estão fazendo algo estranho: eles estão liderando o renascimento da liturgia
tradicional Católica e as disciplinas que seus pais e avós abandonaram largamente.
Um estudo recente sobre ordens religiosas Católicas confirma esta tendência. Irmã Mary Bendyna,
membro das Irmãs da Misericórdia das Américas e diretora do centro filiado à Universidade Georgetown
que conduziu o estudo, sintetizou os achados para o The New York Times.
Comparado às gerações passadas, afirma ela, as pessoas deste milênio que consideram se tornarem padres ou freiras são “mais
atraídos ao estilo de vida religioso tradicional, onde há vida comunitária, oração comunitária, celebração
da Missa juntos, oração em comum da Liturgia das Horas (ciclo diário na Igreja de leituras das Escrituras
e orações)”. “Eles são mais propensos a dizer que a fidelidade à Igreja é importante para eles”,
acrescentou, “e eles definitivamente procuram por comunidades onde seus membros usem hábitos”,
aquela antiga veste usada por monges e freiras.
Substância e Sacrifício
Como membro desta estranha corte do milênio, eu também meditei sobre isso. Acho que a resposta vem
disto: o estilo liberal dos anos 60’s – dos códigos morais, das obrigações familiares, dos compromissos
religiosos – nos traiu.
Em algum lugar no século passado, surgiu um novo credo, dizendo que todos deviam fazer seu próprio
credo. Este sistema de crença tolerante, de mente aberta, parecia prometer liberdade: sexo seguro
com muitos parceiros, drogas e álcool rápidos e abundantes, divórcios sem justificativas. Então, os pais
da nossa geração, os dos anos 50 e 60’s, se divertiram muito e deixaram para nós somente a ressaca
do dia seguinte: corações despedaçados, lares destruídos e dependência química, além do crescente
aumento de depressão na adolescência e de suicídio.
A religião do “qualquer coisa serve” do final do século 20, não pode prevenir nem ao menos explicar
estas conseqüências. (Afinal de contas, se eu estou bem, se você está bem e nós podemos fazer o
que a gente quiser, por que então há tantas pessoas infelizes?) Quando cada membro da sociedade
faz o que quer que os faça se sentir bem, o inevitável resultado não é a plenitude pessoal e a harmonia
comunitária, mas o egoísmo e o colapso social.
Com estas realizações em mente, muitas pessoas deste milênio rejeitam os pressupostos do liberalismo
dos anos 60’s em favor de algo mais substancial: as crenças, as práticas e o código moral que definiu a
vida religiosa por séculos. Ao contrário do cientismo reducionista ou do romanticismo vago, as religiões
tradicionais propõem uma explicação específica e persuasiva para o mundo que está diante de nós –
partido, atormentado pelo sofrimento, escravizado, mas que ainda assim revela relances da
beleza e grandeza.
Mais intelectualmente coerente do que o relativismo, a ortodoxia é também mais exigente. Faz-nos
colocar os outros acima de nós mesmos, a verdade acima do que nós gostaríamos que fosse verdade, a
luta pela virtude acima da busca pelo prazer.Em uma palavra, prega o sacrifício.
Estes temas serão proeminente em Madri durante esta semana, quando Católicos de todas as
nacionalidades se reúnem para rezar e festejar. Então, por que eles estão felizes por serem Católicos?
Porque eles concluíram que os ensinamentos da Igreja são de fato verdadeiros e porque eles
reconheceram que a verdadeira liberdade está no sacrifício de si mesmo. Longe de repressivo, estas
realizações são – como milênios de outras crenças atestam – excitantes.
O papa Bento sabe que os jovens ponderam estas questões e desejam mais do que a cultura de hoje
oferece. Quando fala a eles, o papa não esmorece. Sua voz é calma, até mesmo gentil, mas ele não
tem medo de desafiar sua congregação. E ele está certo em o fazer: os jovens não precisam de outras
afirmações sem sentido sobre o seu valor. Eles querem uma explicação sobre como está o mundo e de
uma missão para mudá-lo. A pergunta que eles fazem não é mais “O que é que vai fazer com que eu
me sinta bem?, mas “O que é que vai fazer de mim uma pessoa boa e como eu posso fazer bem para o
mundo?”
Não importa no que você acredita, admita: Eles estão fazendo as perguntas certas!
Por Ana Williams, escritora do USA TODAY. Ela esteve presente por duas vezes na Jornada Mundial dos Jovens,
em 2005 e em 2008.