17 setembro 2009

BÍBLIA : NOÇÕES GERAIS

I. DEFINIÇÕES

“Vossa Palavra é um facho que ilumina meus passos, uma luz em meu caminho” (Sl 118, 105).
BÍBLIA: a palavra Bíblia vem do grego tà biblía, cuja tradução é ‘os livros’. Esta palavra não aparece na Bíblia, no sentido em que a usamos. A Bíblia contém 46 livros no Antigo Testamento, e 27 livros no Novo Testamento. Mormente, os livros da Bíblia podem ser designados mediante uma abreviação do seu título, por exemplo, Ex para o livro de Êxodo, Lc para o Evangelho de São Lucas. Para conhecer as abreviaturas de cada livro, basta conferi-las no índice de cada Bíblia.


A Bíblia é a coleção de livros, considerados pela Igreja como escritos sob a inspiração do Espírito Santo, que contém a Palavra de Deus. A palavra “bíblia” vem do grego e significava originariamente “os livros”. Em latim, esse termo transformou-se num singular e passou a designar exclusivamente a coleção dos textos que formam a Sagrada Escritura.

A Bíblia completa contém 73 livros. Os títulos desses livros lembram, por vezes, o nome de seus autores; outras vezes, lembram o nome dos seus destinatários, ou ainda os assuntos que neles são tratados. Deus é seu autor principal, que se serviu de homens diversos, de diversos tempos para escrever os livros sagrados. Na redação, Deus escolheu homens, dos quais se serviu fazendo-os usar suas próprias faculdades e capacidades, a fim de que, agindo Ele próprio neles, e por meio deles, escrevessem, como verdadeiros autores, tudo e só aquilo que Ele próprio queria. Esses homens viveram lugares e em ambientes muito diversos. Tudo o que os autores inspirados (hagiógrafos) afirmam, deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo. Como todos eles escrevem sob a inspiração divina, é Deus mesmo quem deve ser tido como o autor primário de toda a Bíblia.

II. DIVISÃO BÍBLICA

Divide-se a Bíblia em duas grandes partes, chamadas Antigo Testamento e Novo Testamento. O termo “testamento” substitui um antigo termo grego que significa “pacto” ou “aliança”. Com efeito, toda a Bíblia trata da aliança feita por Deus com os homens.

As narrações bíblicas foram primeiramente vividas, oralmente transmitidas e posteriormente escritas. Foi por volta do ano 960 aC, no reinado de Salomão, que as antigas tradições orais do povo hebreu começaram a ser escritas, tais como a história dos patriarcas, do êxodo e das conquistas.

O Antigo Testamento originou-se no seio da comunidade, que foram ajuntando os textos no decorrer de sua história. Dividiram-no em três partes:
01. A Lei (Torah) – designa genericamente o conjunto dos escritos sagrados do Judaísmo e, mais particularmente, os cinco primeiros volumes da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio;
02. Os Profetas – os judeus abrangiam com esse título não somente os livros que hoje são denominados “Proféticos”, mas também a maioria dos escritos que hoje chamamos de Livros Históricos;
03. Os Escritos – os judeus designavam por esse nome os seguintes livros: Salmos, Provérbios, Jó, Cântico dos Cânticos, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Ester, Daniel, Esdras, Neemias e Crônicas.

Essa coleção já estava terminada no segundo século antes da nossa era. Nessa mesma época, uma colônia judaica vivia no Egito, onde se falava muito a língua grega. A Bíblia foi então traduzida para o grego, sendo acrescentados alguns escritos recentes, sem que os judeus de Jerusalém os reconhecessem como inspirados. São os seguintes: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, I e II Macabeus, Baruc e alguns suplementos dos livros de Daniel e de Ester. A Igreja Católica admitiu-os como inspirados da mesma forma que os outros livros. No tempo da reforma (Século XVI d. C.), os protestantes decidiram não admiti-los nas suas bíblias, pelo fato de não fazerem parte da Bíblia hebraica primitiva.

A Bíblia Católica aceita 46 livros no Antigo Testamento e os divide do seguinte modo:
01. Pentatêuco (a Lei) – engloba os cinco primeiros volumes: Gênesis, Êxodo, Números, Levítico e Deuteronômio;
02. Livros Históricos – Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, I e II Macabeus;
03. Livros Sapienciais – Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiástico, Cântico dos Cânticos, Sabedoria e Eclesiastes.
04. Livros Proféticos – Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

Os cristãos veneram o Antigo Testamento como verdadeira Palavra de Deus. A Igreja sempre rebateu a idéia de rejeitar o Antigo Testamento sob o pretexto de que o Novo o teria feito caducar. As obras contidas na Antiga Aliança são vistas pela Igreja como prefigurações daquilo que Deus realizou na plenitude dos tempos, na pessoa de Seu Filho encarnado. Por isso, os cristãos lêem o Antigo Testamento à luz de Cristo morto e ressuscitado. O Antigo Testamento prepara o Novo, ao passo que este cumpre o Antigo; os dois se iluminam reciprocamente; os dois são verdadeira Palavra de Deus.

A coleção dos livros do Novo Testamento começou a formar-se na segunda metade do primeiro século da era cristã. Seus 27 livros estão assim distribuídos:

01. Cinco Livros Históricos – os Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), o Evangelho segundo São João e o livro dos Atos dos Apóstolos;
02. Vinte e uma cartas (ou epístolas) – são atribuídas a São Paulo: a carta aos Romanos, a 1ª e a 2ª carta aos Coríntios, a carta aos Gálatas, a carta aos Efésios, a carta aos Filipenses, a carta aos Colossenses, a 1ª e a 2ª aos Tessalonicenses, a 1ª e a 2ª a Timóteo, a carta a Tito e a carta a Filemom; as outras cartas são as seguintes: Carta aos Hebreus, a Carta de São Tiago, a 1ª e a 2ª de Pedro, a 1ª, a 2ª e 3ª de São João e a Carta de São Judas.
03. Um Livro Profético - o Apocalipse.

As cartas aos Tessalonicenses compõem o primeiro escrito do Novo Testamento, datadas pelo ano 51 d. C. O primeiro evangelho escrito foi o de Marcos, entre os anos 67 e 70, em Roma. O conteúdo do Novo Testamento encontrou-se completo por volta do ano 110 d. C..

Para facilitar a localização, os livros foram divididos em capítulos, e estes, em versículos. As freqüentes citações de textos bíblicos são apresentadas das seguintes maneiras: título do livro (geralmente abreviado), seguido do capítulo e do versículo.Mesmo dividida em versículos, capítulos e livros, a Bíblia forma um todo. Mesmo dividida em duas partes, ela nos apresenta a Palavra de Deus que sempre foi venerada pela Igreja como o é o próprio Corpo do Senhor.


III. AUTORIA BÍBLICA

Embora tendo vários autores de vários lugares e épocas diferentes, sabemos que o autor da Bíblia é o Espírito Santo. O CIC nos diz:

“Deus é o autor da Sagrada Escritura. «A verdade divinamente revelada, que os livros da Sagrada Escritura contêm e apresentam, foi registrada neles sob a inspiração do Espírito Santo».
«Com efeito, a santa Mãe Igreja, segundo a fé apostólica, considera como sagrados e canónicos os livros completos do Antigo e do Novo Testamento com todas as suas partes, porque, escritos por inspiração do Espírito Santo, têm Deus por autor, e como tais foram confiados à própria Igreja» (75).
Deus inspirou os autores humanos dos livros sagrados. «Para escrever os livros sagrados, Deus escolheu e serviu-se de homens, na posse das suas faculdades e capacidades, para que, agindo Ele neles e por eles, pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele queria» (76).
Os livros inspirados ensinam a verdade. «E assim como tudo o que os autores inspirados ou hagiógrafos afirmam, deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo, por isso mesmo se deve acreditar que os livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro, a verdade que Deus quis que fosse consignada nas sagradas Letras em ordem à nossa salvação» (77).
No entanto, a fé cristã não é uma «religião do Livro». O Cristianismo é a religião da «Palavra» de Deus, «não duma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado e vivo» (78). Para que não sejam letra morta, é preciso que Cristo, Palavra eterna do Deus vivo, pelo Espírito Santo, nos abra o espírito à inteligência das Escrituras (79).
IV. O Espírito Santo, intérprete da Escritura


Na Sagrada Escritura, Deus fala ao homem à maneira dos homens. Portanto, para bem interpretar a Escritura, é necessário prestar atenção ao que os autores humanos realmente quiseram dizer, e àquilo que aprouve a Deus manifestar-nos pelas palavras deles (80).
Para descobrir a intenção dos autores sagrados, é preciso ter em conta as condições do seu tempo e da sua cultura, os «géneros literários» em uso na respectiva época, os modos de sentir, falar e narrar correntes naquele tempo. «Porque a verdade é proposta e expressa de modos diversos, em textos históricos de vária índole, ou proféticos, ou poéticos ou de outros géneros de expressão»(81).
Mas, uma vez que a Sagrada Escritura é inspirada, existe outro princípio de interpretação recta, não menos importante que o anterior, e sem o qual a Escritura seria letra morta: «A Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com o mesmo espírito com que foi escrita» (82).
O II Concílio do Vaticano indica três critérios para uma interpretação da Escritura conforme ao Espírito que a inspirou (83):
1. Prestar grande atenção «ao conteúdo e à unidade de toda a Escritura». Com efeito, por muito diferentes que sejam os livros que a compõem, a Escritura é una, em razão da unidade do desígnio de Deus, de que Jesus Cristo é o centro e o coração, aberto desde a sua Páscoa (84).
«Por coração (85) de Cristo entende-se a Sagrada Escritura que nos dá a conhecer o coração de Cristo. Este coração estava fechado antes da Paixão, porque a Escritura estava cheia de obscuridades. Mas a Escritura ficou aberta depois da Paixão e assim, aqueles que desde então a consideram com inteligência, discernem o modo como as profecias devem ser interpretadas» (86).
2. Ler a Escritura na «tradição viva de toda a Igreja». Segundo uma sentença dos Padres, «Sacra Scriptura principalius est in corde Ecclesiae quam in materialibus instrumentis scripta» – «A Sagrada Escritura está escrita no coração da Igreja, mais do que em instrumentos materiais» (87). Com efeito, a Igreja conserva na sua Tradição a memória viva da Palavra de Deus, e é o Espírito Santo que lhe dá a interpretação espiritual da Escritura («... secundum spiritualem sensum quem Spiritus donat Ecclesiae» «segundo o sentido espiritual que o Espírito Santo dá à Igreja») (88).
3. Estar atento «à analogia da fé» (89). Por «analogia da fé» entendemos a coesão das verdades da fé entre si e no projecto total da Revelação.”

V. O Cânon das Escrituras: Lista oficial dos livros bíblicos

Foi a Tradição Apostólica que levou a Igreja a discernir quais os escritos que deviam ser contados na lista dos livros sagrados (97). Esta lista integral é chamada «Cânon» das Escrituras. Comporta, para o Antigo Testamento, 46 (45, se se contar Jeremias e as Lamentações como um só) escritos, e, para o Novo, 27 (95):
Para o Antigo Testamento: Génesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronómio, Josué, Juízes, Rute, os dois livros de Samuel, os dois livros dos Reis, os dois livros das Crónicas, Esdras e Neemias, Tobias, Judite, Ester, os dois livros dos Macabeus, Job, os Salmos, os Provérbios, o Eclesiastes (ou Coelet), o Cântico dos Cânticos, a Sabedoria, o livro de Ben-Sirá (ou Eclesiástico), Isaías, Jeremias, as Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oseias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miqueias, Nahum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias;
Para o Novo Testamento: Os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João; os Actos dos Apóstolos; as epístolas de São Paulo: aos Romanos, primeira e segunda aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, primeira e segunda aos Tessalonicenses, primeira e segunda a Timóteo, a Tito, a Filémon: a Epístola aos Hebreus; a Epístola de Tiago, a primeira e segunda de Pedro, as três epístolas de João, a Epístola de Judas e o Apocalipse.


VI. A história que nos relata a Bíblia

“Toda a Escritura é inspirada por Deus, é útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça” (II Tm 3, 16).

Os livros da Bíblia nos apresentam um conteúdo de extraordinária variedade. São testemunhos da evolução da religião do verdadeiro Deus ao longo da história do povo hebreu. Vejamos, num resumo, a história que a Bíblia nos apresenta, que é a História da Salvação.

A ciência nos afirma que a Terra existe há uns 5 bilhões de anos, que vida existe a uns 3 bilhões de anos, e o homem a uns milhões de anos. Trata-se de uma tarefa difícil fixar datas antigas, pois o que sabemos se resume a um período de 5000 anos aC, o suficiente para caírem em vista três regiões do Oriente Médio: o Egito, a Mesopotâmia e a Palestina. O nome do Egito aparece 581 vezes no Antigo Testamento, e 23 vezes no Novo Testamento. Na Bíblia, o Egito é denominado por Terra de Cam (Sl 104, 27) ou ainda Raab (Sl 86, 4). A riqueza do Egito é o Rio Nilo. Segundo a Bíblia, essa região produz tudo, desde trigo, centeio, cevada, até pedras preciosas. A Mesopotâmia é uma região que fica entre dois rios: o Tigre e o Eufrates. É uma terra de movimento. São povos que vêm e vão; inventam e constroem. Criaram uma das primeiras civilizações do mundo. De certa maneira, se pode dizer que a Mesopotâmia é o berço da humanidade. A Palestina é uma espécie de “terceiro mundo” entre os dois grandes vizinhos: Egito e Mesopotâmia. Segundo a Bíblia, a Palestina (nome fixado pelos romanos), também já chamada Canaã, era uma “terra onde corria leite e mel” (Êx 3, 8; Dt 26, 9). Deus olhou para esta terra e fez dela o cenário do drama bíblico.

Lá por volta do ano 1800 aC, época de crises sócio-políticas muito grandes, alguns semitas, entre eles Abraão, emigraram de Ur para Harã. Abraão emigrou para a Palestina na época em que reinava o rei Hamurábi. Antes disso, é impossível fixar uma data para os acontecimentos narrados nas Escrituras. Com a vinda de Abraão para a terra de Canaã (Israel – Palestina – Líbano) começa a História Santa que a Bíblia nos conservou. Ele será o pai de um povo numeroso e abençoado (Gn12, 1 - 8). A Aliança consistirá na fidelidade que o povo saído de Abraão deverá guardar para com Deus. Abraão tem dois filhos: Ismael (Gn 16, 1 – 15), do qual descendem os ismaelitas (árabes) e Isaac (Gn 21, 1 – 7), o filho da promessa. A Ismael, fruto da tentativa humana de Abrão ter um descendente, Deus indica um destino próprio, protegendo-o com a sua mãe, a escrava Agar (cf. Gn 21, 8 – 21). Embora nascido depois de Ismael, Isaac é escolhido como herdeiro, uma prova de que Deus não depende das prioridades ou conveniências humanas (cf. Gn 17, 15 – 22).

Do casamento de Isaac com Rebeca nascem Esaú e Jacó (Gn 25, 24 – 26). É neste último que se fixa a livre escolha de Deus. Jacó (Israel) é o elo que levará às gerações futuras a bênção divina (Gn 25, 27 – 34; 27, 1 – 40). Deus dá a Jacó doze filhos: os doze patriarcas de Israel (Gn 29, 31 – 30, 24; 49, 3 - 28). Entre os filhos de Jacó, José torna-se o titular da eleição e da bênção divina. Depois da morte de José, os hebreus, estabelecidos no delta do Rio Nilo, tiveram que suportar o jugo dos egípcios (Êx 1, 8 – 14). Em toda a Bíblia, o Egito tornar-se-á o símbolo do adversário-tipo do povo eleito, o poder terreno que procurará contrariar os planos divinos.

Pelo ano 1250 a. C., Deus suscitou um libertador na pessoa de Moisés (Êx 3, 1 – 12). Sob sua guia, os hebreus atravessaram o Mar Vermelho para se dirigirem à Terra de Canaã (Êx 14). Moisés estabelece uma aliança (pacto) entre o Senhor e o povo (Êx 19 – 24). Para procederem conforme essa aliança, Moisés dá ao povo a “Lei” (“Torá”). Por isso, Moisés é considerado o primeiro dos profetas (testemunhas ou porta-vozes de Deus). Depois da morte de Moisés, Josué introduz o povo na terra prometida e lidera a tomada de posse dessa “herança” (Js 1).

A terra ocupada foi distribuída em doze territórios de acordo com as doze tribos, as quais foram, progressivamente, se estabelecendo nas montanhas e vales de Canaã. Nesse período que durou cerca de 200 anos, as tribos de Israel foram governadas por líderes locais, chamados juízes (Jz 2, 6 – 18). Em tempo de ameaça dos povos de Canaã e de outros estranhos, alguns estranhos, algum juiz pode reunir as diversas tribos para se defenderem (Jz 4 – 5).

O último juiz, Samuel, que era também profeta, terminou por conceder ao povo a constituição de um reino (1 Sm 8). Assim, Saul foi sagrado rei por volta do ano 1000 a. C. (1 Sm 10). Saul não passou de um pequeno rei local, sendo seu reinado apenas um prelúdio. Estava reservado a Davi, seu sucessor, firmar o poder real, primeiro sobre a tribo de Judá, durante sete anos e seis meses (2 Sm 2, 1 – 11), e, em seguida, sobre o conjunto de todas as tribos de Israel (2 Sm 5, 1 – 5).

A Davi sucede, em 970 a. C., Salomão (1 Rs 1, 11 - 40), que organiza o reino de Israel, faz aliança com o Egito e com Tiro e constrói o Templo de Jerusalém. Pouco depois de sua morte, sob o reinado de Roboão, em 930 a. C., há uma dissensão que termina com um cisma (1 Rs 12, 1 – 24): as dez tribos do norte separam-se das de Judá e Benjamim, para constituírem um reino independente. O primeiro rei do norte (Reino de Israel) foi o rebelde Jeroboão I. Um dos seus sucessores, Amri, construiu Samaria como nova capital. Seu filho Acab lhe sucede no trono. No tempo deles atuam os profetas Elias, Eliseu e Miquéias. No sul (Reino de Judá) perpetua-se a linhagem de Davi. O sucessor de Salomão foi Roboão. Mas o sul só ganhou importância com o rei Josafá, que se uniu a Acab na luta contra os arameus (sírios), no século 8º a. C..
O reino de Judá foi declinando aos poucos, até que em 598 a. C., Nabucodonosor se apodera de Jerusalém. O conquistador deportou para a Babilônia uma parte da população, ficando o país conquistado sob a administração de um governo caldaico. O exílio dos israelitas durou até 538 a. C.. Em 331 a. C., a Palestina inteira foi conquistada por Alexandre Magno. Entre 175 e 163 a. C., os judeus atravessaram um período de grandes tribulações por parte do rei da Síria, Antíoco Epifanes. Foi a época da revolta e da guerra santa de libertação, empreendida por Judas Macabeu. A Judéia conheceu então uma independência que se estendeu por cerca de um século.
No ano 63 a. C., a Palestina foi invadida, sendo reduzida a uma província romana. Pouco depois, o imperador entrega o governo da Palestina a Herodes Magno. Após a morte deste, o território foi dividido em quatro partes (tetrarquias). O governo da Galiléia coube a Herodes Antipas. Foi por volta do ano 5 anos da era cristã que Jesus nasceu em Belém, sendo César Augusto imperador romano.

Cristo foi pensado no plano de Deus como o Centro. Toda a Escritura converge para Ele. Tendo se encarnado, Jesus dirigiu aos homens a Palavra do Pai, mostrando-se cheio de misericórdia pelos pequenos, pobres, doentes e pecadores, colocando-se ao lado dos perseguidos e marginalizados, anunciando ao mundo que Deus é Pai e cuida de todos. Jesus morre para salvar a humanidade, expiar os pecados e oferecer reconciliação com Deus. Com o sangue de Cristo se estabelece a Nova e Eterna Aliança. A Igreja, planejada desde a criação do mundo, é instituída pela entrega de Jesus no Calvário, e promulgada e manifestada no dia de Pentecostes, tornando-se presente no mundo como Sacramento (sinal) de Salvação.

IDIOMAS DOS LIVROS ORIGINAIS DA BÍBLIA:

Os três idiomas que a Bíblia foi escrita são: Grego, Aramaico e hebraico.

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