A manjedoura é a mesma. O menino que ali repousa também.
Já as formas de celebrar o mistério da Encarnação, que dividiu épocas na história da humanidade, são as mais distintas possíveis.
Bizantino, Armênio, Antioqueno, Caldeu, Alexandrino e Latino. Através desses seis ritos, católicos mundo afora celebram os sacramentos e vivem sua fé.
"Existe a tendência de associar catolicidade apenas com o rito Latino Romano [predominante no Ocidente]", explica o doutor em Teologia e diretor da Faculdade Dehoniana (Taubaté-SP), padre Marcial Maçaneiro."É preciso uma abertura maior para perceber a beleza e a universalidade da Igreja, em suas diferentes manifestações", complementa.
O calendário pode ajudar na tarefa de explicar essas diferenças. As Igrejas do ocidente se baseiam no calendário gregoriano, que instituiu o nascimento de Cristo no dia 25 de dezembro.
"Os pagãos, nesse dia, celebravam o deus sol. Era preciso cristianizar essa data e apontar que a verdadeira luz se encontra em Jesus", salienta o padre Marcial.
Já nas igrejas orientais, especialmente as ortodoxas,não houve a necessidade de catequizar alguma data pagã. Além disso, por lá, segue-se o calendário juliano, no qual 6 de janeiro é o dia para celebrar o nascimento do Senhor.
"A presença das igrejas orientais no Ocidente é uma riqueza incalculável, pois ajuda todos os católicos a viver com mais intensidade sua fé", acredita o Eparca Maronita no Brasil, Bispo Dom Edgard Madi.
Bizantino
Os ícones são a característica principal da liturgia bizantina. Tanto que, mesmo no Natal, ao lado das imagens do presépio, encontra-se o grande ícone do Nascimento de Cristo.
Na Santa e Divina Liturgia [equivalente à Santa Missa para os católicos de rito Latino], não há leituras do Antigo Testamento. "Isso acontece apenas nas vésperas das grandes festas, em sinal de preparação para a Nova Aliança instituída por Jesus", explica o Metropolita da Igreja Católica Greco-Melquita no Brasil, Arcebispo Dom Fares Maakaroun.
Na véspera do Natal, as leituras são dos livros do Gênesis e do profeta Isaías.
Outro ponto interessante é que o primeiro sábado após o Natal é dedicado à Virgem Maria, enquanto o primeiro domingo é festa de São José. "É como se estivéssemos visitando e cumprimentando a mãe e o pai pelo nascimento do filho", explica Dom Fares.
Armênio
A celebração do nascimento de Cristo acontece em um contexto maior, no dia 6 de janeiro, solenidade da Epifania (manifestação) do Senhor.
"Celebramos Jesus que se manifesta aos judeus (pastores), aos pagãos (reis magos) e a todo o mundo (através do Batismo)", explica o Exarca Apostólico Armênio da América Latina, Bispo Dom Vartan Boghossian, sdb.
Não existe uma preparação própria ao Natal, como o Advento (no rito latino). Os armênios católicos celebram a quinquagésima, que são 50 dias de preparação (sete ou oito domingos) antes da Epifania.
Dom vartan indica que há cinco grandes festas na Igreja Armênia: a epifania, com data fixa, e outras quatro, com datas móveis - Páscoa, Transfiguração do Senhor, Assunção de Nossa Senhora e Exaltação da Santa Cruz.
"Todas essas festas são precedidades de uma semama de jejum e, no dia posterior, lembramos os fiéis defuntos, no sentido de lembrar que a Igreja da terra está ligada à Igreja do céu".
Na Missa da Epifania, acontece a bênção da água, em que é colocada algumas gotas do óleo do Crisma. Também se inicia o primeiro período da bênção das casas, um costume tradicional na Igreja Armênia.
Antioqueno
A Igreja Maronita é uma das igrejas orientais que se vale do rito Antioqueno, marcado por cantos em siríaco e aramaico.
A preparação para o Natal começa sete semanas antes da solenidade, com a celebração da anunciação do anjo aos pais de São João Batista.
Na liturgia da Missa, é dado destaque à procissão do Nascimento, que cumpre três giros em torno da igreja. "A imagem do menino Jesus é levada à frente e os fiéis acompanham, no sentido de querer segui-lo e andar com Ele", explica o Eparca Maronita no Brasil, Bispo Dom Edgard Madi.
Após a celebração, há uma confraternização com doces feitos pela comunidade. Já no dia 26 de dezembro, é feita memória de Nossa Senhora, no sentido de comemorar com ela o nascimento de Jesus.
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Já as formas de celebrar o mistério da Encarnação, que dividiu épocas na história da humanidade, são as mais distintas possíveis.
Bizantino, Armênio, Antioqueno, Caldeu, Alexandrino e Latino. Através desses seis ritos, católicos mundo afora celebram os sacramentos e vivem sua fé.
"Existe a tendência de associar catolicidade apenas com o rito Latino Romano [predominante no Ocidente]", explica o doutor em Teologia e diretor da Faculdade Dehoniana (Taubaté-SP), padre Marcial Maçaneiro."É preciso uma abertura maior para perceber a beleza e a universalidade da Igreja, em suas diferentes manifestações", complementa.
O calendário pode ajudar na tarefa de explicar essas diferenças. As Igrejas do ocidente se baseiam no calendário gregoriano, que instituiu o nascimento de Cristo no dia 25 de dezembro.
"Os pagãos, nesse dia, celebravam o deus sol. Era preciso cristianizar essa data e apontar que a verdadeira luz se encontra em Jesus", salienta o padre Marcial.
Já nas igrejas orientais, especialmente as ortodoxas,não houve a necessidade de catequizar alguma data pagã. Além disso, por lá, segue-se o calendário juliano, no qual 6 de janeiro é o dia para celebrar o nascimento do Senhor.
"A presença das igrejas orientais no Ocidente é uma riqueza incalculável, pois ajuda todos os católicos a viver com mais intensidade sua fé", acredita o Eparca Maronita no Brasil, Bispo Dom Edgard Madi.
Bizantino
Os ícones são a característica principal da liturgia bizantina. Tanto que, mesmo no Natal, ao lado das imagens do presépio, encontra-se o grande ícone do Nascimento de Cristo.
Na Santa e Divina Liturgia [equivalente à Santa Missa para os católicos de rito Latino], não há leituras do Antigo Testamento. "Isso acontece apenas nas vésperas das grandes festas, em sinal de preparação para a Nova Aliança instituída por Jesus", explica o Metropolita da Igreja Católica Greco-Melquita no Brasil, Arcebispo Dom Fares Maakaroun.
Na véspera do Natal, as leituras são dos livros do Gênesis e do profeta Isaías.
Outro ponto interessante é que o primeiro sábado após o Natal é dedicado à Virgem Maria, enquanto o primeiro domingo é festa de São José. "É como se estivéssemos visitando e cumprimentando a mãe e o pai pelo nascimento do filho", explica Dom Fares.
Armênio
A celebração do nascimento de Cristo acontece em um contexto maior, no dia 6 de janeiro, solenidade da Epifania (manifestação) do Senhor.
"Celebramos Jesus que se manifesta aos judeus (pastores), aos pagãos (reis magos) e a todo o mundo (através do Batismo)", explica o Exarca Apostólico Armênio da América Latina, Bispo Dom Vartan Boghossian, sdb.
Não existe uma preparação própria ao Natal, como o Advento (no rito latino). Os armênios católicos celebram a quinquagésima, que são 50 dias de preparação (sete ou oito domingos) antes da Epifania.
Dom vartan indica que há cinco grandes festas na Igreja Armênia: a epifania, com data fixa, e outras quatro, com datas móveis - Páscoa, Transfiguração do Senhor, Assunção de Nossa Senhora e Exaltação da Santa Cruz.
"Todas essas festas são precedidades de uma semama de jejum e, no dia posterior, lembramos os fiéis defuntos, no sentido de lembrar que a Igreja da terra está ligada à Igreja do céu".
Na Missa da Epifania, acontece a bênção da água, em que é colocada algumas gotas do óleo do Crisma. Também se inicia o primeiro período da bênção das casas, um costume tradicional na Igreja Armênia.
Antioqueno
A Igreja Maronita é uma das igrejas orientais que se vale do rito Antioqueno, marcado por cantos em siríaco e aramaico.
A preparação para o Natal começa sete semanas antes da solenidade, com a celebração da anunciação do anjo aos pais de São João Batista.
Na liturgia da Missa, é dado destaque à procissão do Nascimento, que cumpre três giros em torno da igreja. "A imagem do menino Jesus é levada à frente e os fiéis acompanham, no sentido de querer segui-lo e andar com Ele", explica o Eparca Maronita no Brasil, Bispo Dom Edgard Madi.
Após a celebração, há uma confraternização com doces feitos pela comunidade. Já no dia 26 de dezembro, é feita memória de Nossa Senhora, no sentido de comemorar com ela o nascimento de Jesus.
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