- Três amigos licenciados em Direito no Porto começaram a conversar sobre a vinda do Papa a Portugal, recordaram as polémicas declarações de Bento XVI sobre o uso do preservativo e sentiram que tinham algo a fazer. E assim decidiram distribuir preservativos em Lisboa, em Fátima e no Porto, a 11, 13 e 14 de Maio.
«Criámos o grupo por descargo de consciência social. Tínhamos vontade de fazer uma pequena coisa», contou Diogo ao tvi24.pt.
Auto-denominaram-se «Preservativos “ao” Papa em Portugal», porque sabem que «provoca polêmica». E já apontam objetivos: «Estamos a trabalhar em contra-relógio, mas acreditamos que vamos contar com centenas de voluntários para distribuir os preservativos nos locais por onde o Papa vai passar.»
Os três jovens já têm um blog e «andam atrás» de várias associações com experiência na luta contra a sida. A Abraço, por exemplo, já apoiou a iniciativa e «poderá mesmo dar os preservativos», mas a Opus Gay, o CASA (Centro Avançado de Sexualidades e Afectos), o MAPS (Movimento de Apoio à Problemática da SIDA) e o PortugalGay também estão com eles.
«Estes apoios são uma lufada de ar fresco, porque tivemos um grande obstáculo. Falamos com a Coordenação Nacional para a Infecção VIH/sida, mas, apesar de terem achado a nossa iniciativa meritória, disseram-nos que, enquanto entidade pública, não podiam apoiar-nos, porque somos um grupo de pessoas sem personalidade jurídica», revelou.
Diogo, Rita e Joana, dois católicos e uma agnóstica, sabem que este não será o único obstáculo. «Poderá haver uma certa resistência dos crentes. Portugal vai parar naqueles três dias, as pessoas vão estar viradas para o Papa e não para qualquer barulho», admitiu o jovem organizador.
«Mas nós estamos a fazer algo positivo. Não faremos a iniciativa durante as celebrações. Queremos marcar uma posição de forma pacifista, por isso estaremos nos locais horas antes e algo afastados», afirmou.
Os três organizadores querem divulgar a iniciativa ao máximo e pedem a ajuda dos famosos, assim como dos padres que defendem o uso do preservativo. «No entanto, sabemos que vai ser difícil, porque há quem não se queira associar com medo que seja algo anti-Papa», lamentou, sublinhando que o objectivo não é criticar a posição de Bento XVI, mas sim informar sobre esta forma de combater a sida.
Fonte: TVI 24
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Bem aventurados sois!
“Quando vos injuriarem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim.
Força, santo padre.
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