Giuliano Ferrara, diretor do jornal italiano Il Foglio
Depois de explicar que a Igreja não é "uma república moderna, fundada na lei estatal, na ação penal (ou) no controle repressivo dos delitos", Ferrara explica que a Igreja Católica "ocupa-se do pecado, que é algo mais complexo que o delito, que não lhe permite classificá-lo da mesma forma, que tem um aspecto de juízo individual, caso por caso, distinto do igual, do homólogo procedimento padrão da lei".
"Seus habitantes são almas, não cidadãos", comenta antes de afirmar que a Igreja tampouco pode ser considera como "uma sociedade aberta".
Logo depois de indicar que o direito canônico tem relação com o profundo, "ingressa nas consciências e se refere à área divina do humano", Ferrara assegura que este tipo de lei da Igreja, especialmente em relação aos sacerdotes "administra o ministério sacramental que necessariamente transcende as regras ordinárias com as que se tratam os delitos nas cortes civis, cuja autoridade a Igreja reconhece".
"Se este dado não for entendido nem reconhecido, com um espírito secular e tolerante, então as acusações contra a Igreja se convertem em intolerância ideológica", adverte.
Para o diretor do Il Foglio, o Santo Padre não tem problema em reconhecer "serenamente" sua responsabilidade, e a das autoridades da Igreja ao proporcionar um "trato misericordioso e precavido… às complexas psicopatologias relacionadas à sexualidade homossexual e pedofílica" de alguns membros do clero.
Contudo, ressalta Ferra, "Bento XVI precisa ser reconhecido por ter gerado uma nova sensibilidade sobre este tema complexo e delicado, assim como por ter feito tudo o que está ao seu alcance para exercer uma responsabilidade pastoral e também canônica muito rigorosa ".
ACI
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