A Regional Leste 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que engloba o Estado do Rio, divulgou ontem um nota em que recomenda o voto num candidato que defenda o “valor da vida” e que seja comprometido com a família em sua “constituição natural”.
A reportagem é de Rafael Galdo e publicada pelo jornal O Globo, 19-10-2010.
Assim, os bispos fluminenses reafirmaram o repúdio a temas como o aborto e o casamento gay, que são alvo de polêmicas na campanha.
A nota, porém, ratifica posições tomadas no primeiro turno, de que a Igreja Católica não tem partido nem candidatos. Mas que os bispos têm o direito e o dever de orientar seus diocesanos sobre assuntos que se referem à fé e à moral cristã.
“Por sua universalidade, a Igreja Católica não tem partido ou candidato próprios, mas incentiva, agora mais do que nunca, a dar o voto a quem respeita os princípios éticos e os critérios da moral católica, indicados na doutrina social da Igreja. Em particular, deve ser votado quem defendeu e defende o valor da vida desde a sua concepção até o seu término natural com a morte e, ao mesmo tempo, a família com a sua própria constituição natural”, diz a nota, assinada pelos bispos Dom Rafael Llano Cifuentes (presidente da Regional), Dom José Ubiratan Lopes e Dom Filippo Santoro.
O texto — intitulado “Sobre o 2o. turno das eleições presidenciais” — critica o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), editado no governo Lula. Segundo a nota, mesmo retirada do plano a proposta de legalização do aborto, os bispos mantinham restrições ao documento. Segundo eles, por tratar de vida, família, religião e culto, como “uma antropologia reduzida”. A Regional ainda rejeita a violência, a exploração de menores, a eutanásia e a manipulação genética.
As recomendações foram confirmadas pelo arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, em carta divulgada ontem. No texto, ele diz que, assim como a Regional, a Arquidiocese do Rio não apoia candidatos ou partidos, mas incentiva a participação política dos fiéis, conclamados a votar no nome comprometido com o Evangelho e o respeito à vida.
“Por isso, recordar, no último final de semana, aos nossos párocos a necessidade de orientar o povo sem fazer campanha específica de candidatos dentro dos templos está em sintonia com o que pede a atual legislação eleitoral e a natureza das orientações da Igreja, que sempre procurou pautar assim suas decisões”, diz.
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