“Tudo me é permitido. Mas nem tudo me convém! Tudo me é permitido. Mas eu não me deixarei ser dominado por qualquer coisa!” (I Cor 6,12).
É, meu querido! Quem sabe até você tem que dar uma voltinha nessa passagem bíblica! Uma vez que somos de Deus, devemos nos comportar como filhos de Deus. Muitos porém, se comportam como escravos deste mundo passageiro e filho das trevas! Sabem que são de Deus, mas vivem como se fossem de Satanás, o que no caso, entristece o nosso Deus!
Temos um título que até os anjos têm inveja. Somos de fato e de direito, filhos de Deus! E devemos nos orgulhar disso: Somos não somente, imagem e semelhança de Deus; mas, filhos também, e, sobretudo, filhos (I João 3,1-2) realmente de Deus!
Porém, é natural ouvirmos expressões do tipo: “Não, não tem problema não! O que é que tem fazer “isso”? Todos nós somos filhos de Deus! Não há problema algum fazer isso ou aquilo! Não é pecado! Até tem padre que faz...”
Enquanto isso, os anjos do Encardido, estão sapatiando no inferno e desfilando pelos ares só gritando pro seu chefe: “Esse é dos nossos!”
Essas expressões são geralmente de pessoas que não têm comprometimento profundo com a Palavra de Deus. São seguidores do relativismo religioso e do liberalismo evangélico! Muitas vezes, percebemos até um desejo em se ter um encontro pessoal com Jesus. Mas, há o apego a este mundo e a escravidão do pecado.
Existe um exército de cristãos chamados popularmente de “critãos-Raimundo”: um pé na igreja e o outro no mundo. Será que você é um deles? Pense aí...
Todo padre, freira, religioso, pastor, coordenador de grupo de oração, líder de pastoral ou de qualquer movimento da Igreja Católica já passou ou o pior, de vez em quando tem que passar, por essa infeliz experiência de ter servos ou ovelhas que mesmo servindo a Deus continuam olhando para trás, estão em cima do muro ou pior: são mundanos, mesmo sendo de dentro da Igreja.
Quando olhamos para o Antigo Testamento e refletindo a caminhada do povo de Israel, percebemos claramente que pessoas desse tipo não adentraram (por tanto, não tomaram posse), da terra prometida. Somente os guerreiros habitaram na terra onde corre leite e mel: Canaã! Quem olha para trás vira estátua de sal e morre na praia, por que não suporta a vida nova.
Os que olharam para trás, os que sentiram saudades da vida anterior de pecados e escravidão, os que murmuraram, os que não seguiram a Lei mosaica... morreram no deserto e não habitaram na terra prometida. É, meu querido! A Nova Canaã e a Nova Jerusalém (estamos no novo êxodo!), não é para os que põem seus olhos nos apetites baixos da carne e nem nas prisões enganadoras deste mundo visando o que os ladrões roubam e o que as traças coroem e envelhecem. Mas é antes, para todos aqueles que são santos (Hb 12,14), os que são lavados e remidos pelo sangue do Cordeiro de Deus: Jesus Cristo! Os que já usam vestes brancas, mesmo neste mundo de trevas e que os seus nomes estão escritos nos céus e no livro da Vida eterna! Você quer morrer neste deserto ou adentrar na Nova Jerusalém que descerá dos céus, ornada para o seu noivo (Ap 21, 1-8)?
Parece que os cristãos de hoje não têm um compromisso verdadeiro e autêntico com o Senhor Jesus! Acham que um simples serviço na liturgia lendo ou cantando, um lugarzinho como catequista dentro da catequese de crianças ou de adultos, um adentramento no grupo de oração ou em qualquer pastoral ou movimento da Igreja já é o suficiente!
O pior é a sistematização estrutural farisaica que muitos “cristãos” vão adquirindo ao subirem de cargo em cargo na Igreja de Deus. (E o demônio só sapatiando e gritando: esse daí vem para cá!)
Em muitas situações não se prega mais a Palavra para salvar almas, o estrelismo católico em todos os setores da Igreja “põe as estralas do céu no bolso”, o materialismo tomou conta dos servos de Deus, para as mulheres reboca-se muito o rosto, enquanto a alma está pior do que um limão, e os desfiles de gírias e expressões baixamente mundanas substituíram as expressões que sempre deveriam estar nos lábios dos santos, tipo: “Glória a Deus!”, “Amém, Senhor!”, “Paz de Jesus!”, “Bendito seja Deus!”, “Oh Glória”...
Não consta na Palavra de Deus nenhuma pessoa que ao ter um encontro pessoal com Jesus e uma experiência de amor com Deus continuou do mesmo jeito! Todos se converteram e lutaram para em tudo, glorificarem a Deus (I Cor 10,31). Bata ver-mos: Mateus, Zaquel, Maria Madalena, Pedro, Paulo...
Todos eles, ao terem um encontro pessoal com Jesus; logo, mudaram de vida! Afinal de contas, um coração apaixonado por Deus não aguenta ficar do mesmo jeito e ter a mesma vidinha de pecados e de escravidão. Para isso, é necessário tirar a capa e dar um pulo para seguir Jesus (Mc 10,50), almejando assim manter os olhos fixos em Jesus (Hb12,1), buscando dessa forma vivenciar as coisas do alto (Cl 3,1), sem se preocupar em ser cristão meio-termo. Afinal de contas, cristão meio-termo é uma possibilidade eterna no inferno longe da presença maravilhosa de Deus.
Cássio José dos Santos Sousa: RCC Camocim
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