Jornal Zero Hora
Uma recomendação dirigida pelo bispo da diocese de Novo Hamburgo, Dom Zeno Hastenteufel, determinou que as igrejas sob sua jurisdição não devem vender bebida alcoólica nas festas religiosas que promovem.
A decisão, baseada nas estatísticas crescentes de mortes no trânsito por embriaguez e uma lembrança da aparição de Nossa Senhora, em Caravaggio, Itália, no ano de 1432 – segundo a Igreja, uma mulher que era constantemente espancada pelo marido alcoólatra teria visto a santa.
Segundo o bispo Zeno Hastenteufel, a sua recomendação servirá para justamente trazer mais fiéis às paróquias, “mais crianças, pais, a família no geral”.
Dom Jaime Splenger, bispo auxiliar de Porto Alegre, defende a posição do colega de Novo Hamburgo. Conforme Splenger, fechar os olhos para as notícias de abuso de álcool ao trânsito e em casa, com casos de violência doméstica, é uma afronta aos bons costumes.
Para a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cada diocese tem autonomia para decidir sobre a sua legião de fiéis.
Segundo estudo de 2010 do Centro de Estatística Religiosa e Investigações, atualmente há 10.720 paróquias no Brasil, sendo 4.360 na região sul do país.
“Já temos estatísticas negativas”
Autor do pedido, o bispo quer reduzir acidentes relacionados ao consumo de álcool.
Eis a entrevista.
Por que o veto?
Temos que superar essas festas com bebidas alcoólicas. Muitos fieis vão a essas festas, como a de Nossa Senhora do Caravaggio, e voltam dirigindo embriagados. Não queremos isso. Já temos estatísticas negativas suficientes.
Há alguma simbologia?
Em 1432, em Caravaggio, na Itália, Nossa Senhora apareceu para uma mulher que era constantemente agredida pelo marido bêbado. Pensei na questão da violência doméstica também.
Pode reduzir o público?
Com certeza não. A venda de refrigerantes cresce. As famílias voltam.
Notícia complementar: http://www.jornalnh.com.br/religiao/456287/alcool-pode-ser-abolido-de-festas-nas-paroquias-da-regiao.html
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