(Formação ministrada no dia 10 de abril de 2016 no Colégio Georgina Leitão Macedo. Paróquias: Camocim, Granja, Barroquinha e Chaval)
1. INTRODUÇÃO.
Boa tarde à todos! Quero
saudá-los com a Graça e a Paz de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e a
intercessão da Virgem Maria!
A formação desta tarde, dentro do
contexto de Formação Regional para a vida carismática, se dirige à todos os servos
e formandos; mas, sobretudo, se direciona aos Coordenadores Paroquiais da
Renovação Carismática Católica, Coordenadores de Grupos de Oração,
Coordenadores de ministérios paroquiais e ministérios de Grupos de Oração,
Coordenadores de turmas de perseverança de Grupos de Oração e todas as linhas
de frente, de maneira geral, no ambiente e realidade carismáticas!
Trataremos nesse tempo, que temos
aqui no pátio, sobre um assunto muito importante para a nossa vida de líder
carismático, que é acerca do PASTOREIO! Esta formação não tem a
preocupação de traçar estratégias para o pastoreio e sim refletirmos sobre o
que realmente é o pastoreio! Por tanto, convido você a tomar nota de todas as
informações para que na sua realidade de pastor, você possa aproveitar toda a
formação desta tarde e levá-la às suas ovelhas, pois podem torna-se futuros
pastores nos próximos anos.
Num primeiro momento, falaremos
da definição da figura do pastor e;
depois, faremos uma análise da passagem
de João 10, e a diferença entre pastor e assaltante, pastor e mercenário
e pastor e boiadeiro. E concluiremos, fazendo uma reflexão do papel do
Coordenador do Grupo de Oração e das outras coordenações existentes na
Renovação Carismática Católica no que diz respeito à sua função e papel: O Coordenador
deve ser um administrador ou um pastor?
Amém?
O Dicionário Bíblico Católico da
Bíblia Ave Maria eletrônica, traz a seguinte definição de PASTOR:
A
figura do pastor era muito familiar na Palestina e no Médio Oriente.
Diariamente o pastor sai com suas ovelhas para conduzi-las às pastagens ou, em
determinados momentos, às fontes. De tarde reconduz as ovelhas ao curral. Na
literatura universal o pastor tornou-se a figura do guia, político ou
religioso, de uma comunidade. Em Israel os reis (cf. Ez 34,2-6 e nota), os
sacerdotes e os profetas são chamados pastores.
Diante
da infidelidade destes pastores, Deus promete ele mesmo tomar conta de seu
povo, por meio do pastor fiel, o descendente de Davi (Jr 23,1-6). Jesus se
apresenta como o bom pastor, solícito pelas suas ovelhas a ponto de dar por
elas a própria vida (Jo 10,1-18). Após a ressurreição, Jesus constitui Pedro
como pastor para tomar conta de seus discípulos em seu lugar (21,17).
A
Bíblia Ave Maria de estudo, traz a seguinte explicação teológica para a
denominação de PASTOR, no seu ÍNDICE DOUTRINAL:
Etimologicamente
a palavra deriva do verbo latino PASCERE, alimentar, nutrir, dar de comer,
apascentar, levar (animais) ao pasto. Nesse sentido literal há algumas
passagens na Bíblia (I Sm 16, 11; 17, 28.34; Am 7,14; Lc 2,8). Mas o que
prevalece é o sentido espiritual de Deus, PASTOR
DE ALMAS (Gn 49, 24; Sm 22; Ez 34, 11-31).
Portanto,
tomando como prerrogativa do próprio Deus (Rm 2,11), o pastor não faz para si
acepção de pessoas (servos); mas, trabalhando para que “ninguém se afaste do
Deus vivo” (Hb 3,12), o verdadeiro pastor, a exemplo de Jesus, “guarda suas
ovelhas em Nome de Jesus para que nenhuma se perca (Jo 17,12)”.
Ainda
na introdução é bom deixar bem claro que o pastor não toma par si elementos
estrangeiros (Neemias 13,30), mas caminha lado a lado com o Lutador incrível
que é o Senhor Deus (Jr 20,11).
2.
A FIGURA DO BOM PASTOR CONFORME JOÃO 10,
1-18 E A DIFERENÇA ENTRE PASTOR E ASSALTANTE, PASTOR E MERCENÁRIO PATOR E
BOIADEIRO.
João 10,1-18: “Em
verdade, em verdade vos digo: o que não entra pela porta no aprisco das
ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador.2 Aquele,
porém, que entra pela porta, esse é o pastor das ovelhas. 3 Para este o porteiro abre, as
ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelo nome as suas próprias ovelhas e as
conduz para fora [exago]. 4 Depois de fazer sair [ekballo] todas as que lhe pertencem, vai
[poreuomai] adiante [emprosthen] delas, e elas o seguem [akoloutheo], porque lhe reconhecem [eido] a voz; 5 mas de modo nenhum seguirão [akoloutheo] o estranho; antes, fugirão [pheugo] dele, porque não conhecem [eido] a voz dos estranhos. 6 Jesus lhes propôs esta parábola, mas
eles não compreenderam o sentido daquilo que lhes falava. 7 Jesus, pois, lhes afirmou de novo:
Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas. 8 Todos quantos vieram antes de mim
são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não lhes deram ouvido. 9 Eu sou a porta. Se alguém entrar por
mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem. 10 O ladrão vem somente para roubar,
matar e destruir; eu vim para que tenham vida [zoe] e a tenham em abundância. 11 Eu sou o bom pastor. O bom
pastor dá a vida [psyche] pelas
ovelhas. 12 O mercenário, que não
é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e
foge; então, o lobo as arrebata e dispersa. 13 O mercenário foge, porque
é mercenário e não tem cuidado com as ovelhas.
14 Eu sou o bom pastor; conheço [ginosko] as minhas ovelhas, e elas me conhecem [ginosko] a mim, 15 assim como o Pai me conhece [ginosko] a mim, e eu conheço [ginosko] o Pai; e dou a minha vida [psyche] pelas ovelhas. 16 Ainda tenho outras ovelhas, não
deste aprisco; a mim me convém conduzi-las [ago];
elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor. 17 Por
isso, o Pai me ama [agapao], porque
eu dou a minha vida [psyche] para a
reassumir. 18 Ninguém a tira de mim;
pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e
também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.” (ERAB)
No início do capítulo 10 (vs. 1-10), a palavra de
Jesus gira em torno da
Porta das Ovelhas (provável alusão à porta que ficava ao
Norte do Pátio dos Gentios, que circundava o Templo de Herodes). A partir da
referência a essa porta, Jesus procura transmitir uma verdade teológica ou, se
preferirem, uma verdade espiritual. Segundo o autor do 4º. Evangelho, trata-se
de uma parábola mal compreendida (cf. v. 6). Por essa razão, Jesus teria
insistido, dizendo: “Eu sou a porta, quem entra por mim se
salvará; poderá entrar e sair, e encontrará pastagens” (v. 7).
A expressão “porta”, na cultura oriental, não
serve, principalmente, para “fechar”, como na nossa concepção; mas, antes,
serve para “abrir”. A porta é uma “passagem para fora”, como indica o termo petah, traduzido por “porta”,
“abertura”, de cuja raiz comum derivam as palavras hebraicas/aramaicas patah = “abrir”, “romper”, “livrar”,
“soltar” (quando Jesus toca os ouvidos do surdo e diz ephatah, usa este mesmo verbo – vd. Mc 7,34); ma.pteah = “chave”, “instrumento que abre”; e pessah = “passagem” e “páscoa”(!) (para saber mais sobre isto, ver
SOUZA, Rômulo Cândido de. Palavra
Parábola: Uma aventura no mundo da linguagem. Aparecida: Editora Santuário,
1990. p. 250-256).
Jesus é, portanto, a porta, a passagem para a
libertação. Jesus é a Páscoa. Jesus é o libertador. Aquele que nos abre o
caminho para as pastagens, que nos tira da morte e nos conduz para a vida — não
a uma vida qualquer, mas à vida abundante, em plenitude.
Deste ponto em diante, tendo “passado” pela porta,
a Palavra de Jesus se detém no ministério do Bom Pastor. Podemos, aqui,
levantar a seguinte questão: Por que Jesus não é um pastor qualquer? O que faz
dele um Bom Pastor? Os versículos seguintes (11-18) nos oferecem as chaves que abrem a porta do verdadeiro
ministério pastoral.
2.1.O Pastor e o Assaltante
Para caracterizarmos o ministério do Bom Pastor, à
luz destes ditos de Jesus, é conveniente que façamos, primeiro, a distinção
entre o Pastor e o Assaltante.
Jesus, como fizeram antes dele os profetas Isaías,
Jeremias, Ezequiel, Zacarias, entre outros (cf. Is 40,11; Jr 23,1-4; Ez 34,2;
Zc 11,6), denuncia os falsos pastores, afirmando
serem eles ladrões, bandidos e assaltantes. Muito -provavelmente, Jesus se
referia, aqui, aos que se auto intitulavam “messias”, com o objetivo de extorquir e
explorar o povo, beneficiando-se da sua credulidade (segundo Flávio Josefo,
nessa época, houve mais de 10 mil “desordens na Judéia”, tumultos provocados
por líderes messiânicos). Esses falsos messias, segundo Jesus, são aqueles que
“vêm somente para roubar, matar e destruir”, vêm tirar a vida das ovelhas
(cf. v. 10).
Em contrapartida, o Pastor é aquele que dá a
vida pelas ovelhas.O tema da vida, e da doação da vida, é tão
enfático que é retomado cinco vezes nestes poucos versículos (vd. vs. 10.11.15.17-18).
Há pelo menos três palavras gregas que podem ser traduzidas por “vida”: bios (de onde temos a palavra portuguesa
“biologia”), psyche (de onde temos
“psicologia”) e zoe (de onde temos
“zoologia”).
Quando, no verso 10, Jesus afirma ter vindo para
que tenhamos “vida e vida em abundância”, emprega não o termo no seu sentido
biológico (bios), mas zoe, que, no Novo Testamento, é
reservado para referir-se à vida no seu sentido mais pleno. É o termo usado
quando se quer aludir à “vida eterna”. Trata-se de “vida” no sentido
qualitativo, mais do que quantitativo. Vida abundante significa, portanto, vida
plena.
REETINDO: VIDA pode ser entendida de 3 maneiras
nessa passagem: VIDA BIOLÓGICA, VIDA, NO SENTIDO PSICOLÓGICO OU VIDA NO SENTIDO
PLENO DA PALAVRA, VIDA VERDADEIRA.
Pergunte-se a si mesmo: O meu coordenador está
dando a sua vida em troca do meu resgate? Que tipo de vida eu estou recebendo
no Grupo de Oração e no meu ministério: Uma vida plena em Jesus Cristo, onde o
experimento em todas as circunstâncias do meu viver ou apenas uma vida
carismática, isto é, um ministério ou tão somente o fato de eu ser um servo na
RCC?
Mas a grande observação que podemos fazer, aqui,
está no fato de que nos demais versos, que tratam do ministério do pastor como
doador da vida, o termo empregado é psyche:
“O bom pastor dá a psyche pelas suas
ovelhas”! (vs. 11.15.17-18).
Isso nos
permite afirmar que aqueles que pastoreiam manipulando psicologicamente as
ovelhas, são bandidos e criminosos e não pastores verdadeiros, porque,
diferentemente, o bom pastor coloca a sua psyche
a serviço do rebanho, não o contrário.
2.2.O Pastor e o Mercenário
Outra diferença notável, destacada pelo texto, é
aquela que existe entre o Pastor e o Mercenário.
O
mercenário é aquele que trabalha exclusivamente em troco do soldo e do lucro.
Pouco, ou nada, influem as circunstâncias éticas ou morais da atividade que
desenvolve. Por isso, esse pode estar cada dia a serviço de um patrão
diferente, ou até mesmo a serviço de inimigos ou rivais, porque não lhe
interessam as causas, mas os resultados; não visam o bem da salvação das
ovelhas, mas, sim, os bens das ovelhas, como diria o Padre Antônio Vieira. Vemos muito isso na realidade de igrejas
protestantes (Como na Universal do Reino de Deus e Igreja Internacional).
[É por isso que é difícil hoje alguém torcer
convictamente para um time de futebol, em partitular: porque osjogadores não
jogam por seus clubes, mas, antes, por seus respectivos salários; se o time
adversário pagar mais...]
O
mercenário, segundo Jesus, por não ser pastor de verdade (kalos), “quando vê vir o lobo, foge” (cf. v. 12). Como seu
compromisso único é consigo mesmo, com seu próprio sucesso, com seu próprio
bem-estar, trata logo de salvar primeiro a sua pele.
Não é surpresa, portanto, que tal profissional
esteja mais atendo aos números do que aos nomes das ovelhas. O resultado desse
ministério é que, invariavelmente, mais-dia-menos-dia, parte das ovelhas são
roubadas e outras, dispersas (cf. v. 12).
O Pastor,
por sua vez, “conhece” as ovelhas. Conhecer é mais do que contabilizar. O
pastor sabe não só quantas ovelhas têm no rebanho, mas sabe também como é cada
uma, quais suas necessidades, quais têm feridas a serem tratadas, quais
precisam de cuidado especial... o pastor conhece as ovelhas por experiência (ginosko
é empregado 4 vezes nos vs. 14 e 15).
Dizem que o Papa Francisco já afirmou muitas vezes
em seus discursos que o pastor é aquele que tem o cheiro das
ovelhas! Ter o cheio das ovelhas é pressuposto de estar presente e
sentir as dores e as dificuldades de suas ovelhas!
Reflexão: Como o pastor vai ter o cheio de suas
ovelhas se não está próximo delas, se não sente suas dores, se não experimenta
suas fragilidades, se apenas empurra serviços e mais serviços como se o Grupo
de Oração fosse uma empresa, como se o ministério fosse um contrato, como se o
público do Grupo de oração fossem clientes e não há a preocupação do saldo
positivo celestial que é a salvação de almas para Deus e não quanto tem no caixa
do Grupo de Oração?
Diga-se de passagem que a experiência não se obtém
a distância, via mala direta, por vídeo-conferência, do alto do palco, entrincheirados
do Grupo de Oração ou dos eventos. Experiência vem pelo convívio, pelo diálogo,
pela partilha, pela convivência intensa e afetiva pela qual “podemos nos
alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram” (cf. Rm 12,15).
O bom
pastor chama as ovelhas pelo nome (vd. os
vs. 3 e 14). Conhecer o nome das ovelhas nos remete, novamente, à cultura
semita. Para aqueles povos, o nome não era mera designação ou rótulo. O nome é
a própria pessoa! Na concepção semita, eu sou o meu nome e o meu nome sou eu!
Por essa razão era frequente que, quando alguma mudança profunda acontecia na
personalidade de alguém, essa pessoa adotava outro nome: Abrão—Abraão,
Sarai—Sara, Jacó—Israel, Simão—Pedro, Saulo—Paulo, para mencionarmos apenas
alguns dos mais conhecidos casos bíblicos de conversão.
Igreja não é edifício, porque disso tudo não haverá
de permanecer pedra sobre pedra (cf. MT 24.2 e par.). Uma verdadeira Igreja é
uma comunidade de pessoas que tem nome e sobrenome. Igreja, portanto, não tem
cadastro, tem rol de membros.
2.3.O Pastor e o Boiadeiro
Há, ainda, uma última distinção que deve ser feita,
desta vez entre o Pastor e o
Boiadeiro.
As palavras de Jesus deixam muito claro que é papel do bom pastor conduzir as
ovelhas (Leia os vs. 4 e 16, à luz do v. 9).
LEITURA OPTATIVA: [Os verbos gregos empregados
nesse contexto são: Exago (v. 3) =
“conduzir para fora”, “trazer para fora”; ekballo
(v. 4) = “tirar”, “fazer sair”, e poreuomaiemprosthen=
“ir à frente”, “viajar”, “partir”; akoloutheo(v.
5) = “seguir”, “acompanhar”, “estar no mesmo caminho”; ago (v. 16) = “conduzir”, “ir adiante”, “caminhar na frente”,
“caminhar à frente”].
O
trabalho de um pastor de ovelhas, portanto, é muito diferente do trabalho de um
boiadeiro: enquanto o pastor conduz caminhando à frente do rebanho, o boiadeiro
vai atrás, tangendo o gado. As ferramentas do pastor são a voz serena, para
orientar, e o cajado, para proteger; enquanto as ferramentas do boiadeiro são o
berrante, para amedrontar e o chicote para punir.
Caminhar à frente significa ser o primeiro a
enfrentar os perigos, significa ter de abrir caminho e afastarespinhos,
significa ser exemplo, dar os primeiros passos e abrir passagem rumo à
libertação.
Se ser pastor é sair e guiar o rebanho para a
libertação, só pode ser pastor quem se põe a caminho! Quem não vai a lugar
algum, ou fica confinado dentro de
quatro paredes eclesiásitcas não pode conduzir ninguém. Quem se limita a
apontar o caminho com dedo ameaçador e voz berrante, não é pastor de verdade. Porque não
é como Jesus! Jesus não é assim.
PERGUNTA-SE: O teu Coordenador é assaltante, mercenário, boiadeiro ou
pastor de almas?
3.
REFLEXÃO DO PAPEL DO COORDENADOR:O
COORDENADOR DEVE SER UM ADMINISTRADOR OU UM PASTOR?
Muitas
vezes percebemos o coordenador Paroquial, de um Grupo de Oração, ou mesmo de ministérios
exercendo mais um caráter administrativo do que pastoral, isto é,salvador de
almas. Talvez a própria denominação “coordenador” traga para nós interpretações
errôneas.
Pense
comigo: Quando você não era de igreja e alguém te disse que tal pessoa era o
coordenador do Grupo de Oração, o que veio em tua mente? O que é um coordenador
de escola? O que é um coordenador de empresa? O que é um coordenador de uma
pasta municipal, estadual ou federal?
Para
todas as respostas, de maneira geral, a primeira coisa que nos vem a cabeça é
que o coordenador é um gerente administrativo. E talvez o grande erro já esteja
aí. Quando você chega numa igreja cristã qualquer e alguém diz assim: “Olha
Maria, o Renato é o pastor dessa igreja”. O que vem a tua mente? (esperar eles
responderem em voz alta). Como nos diz Tomas de Aquino na Suma Teológica, a
denominação, o termo, a expressão, o vocábulo,... expressa a essência do que é
a coisa.
Na
própria vivência carismática percebemos isso: O coordenador faz escalas de
servos, o coordenador faz prestação de receitas dos eventos, o coordenador
elege por indicação os coordenadores para o Grupo de Oração ou para os
ministérios paroquiais, preside votações, enfim. Não estou criticando e
menosprezando as estratégias de administração e nem afirmando que elas não são
importantes ou devem ser abolidas. Mas, tudo isso tira, muitas vezes o foco de
salvação de almas que o coordenador tem que ter e a vida de Batismo do Espírito
Santo que os servos devem livremente optar.
Na
vida missionária do Senhor Jesus não se encontra de maneira explícita um homem
que administrava um grupo de discípulos. Jesus de Nazaré nunca se importou com
a questão administrativa. Claro, que no contexto do crescimento da Igreja
Primitiva que crescia consideravelmente, as estratégias ou métodos de
administração foram usados. Mas, em nenhum momento, isso tirou a principal
função de salvar as almas das ovelhas em prol de um escritório, status, ou
glórias para si mesmo.
Em Jo
3,30: “O importante é que Ele cresça e eu diminua”.
At 2,
22: “Jesus de Nazaré, homem de quem
Deus tem dado testemunho diante de vós com milagres, prodígios e sinais que
Deus por ele realizou no meio de vós como vós mesmos o sabeis”.
Hebreus5, 7-10: Nos
dias de sua vida mortal, dirigiu preces e súplicas, entre clamores e lágrimas,
àquele que o podia salvar da morte, e foi atendido pela sua piedade. Embora
fosse Filho de Deus, aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos que teve. E
uma vez chegado ao seu termo, tornou-se autor da salvação eterna para todos os
que lhe obedecem, porque Deus o proclamou sacerdote segundo a ordem de
Melquisedec.
Lumen Gentium, no capítulo III,
quando a Igreja faz uma exortação quanto a Constituição Hierárquica da Igreja e
em Especial o Episcopado, afirma no nº 23: “o cuidado de anunciar o Evangelho a todo o mundo pertence ao corpo
dos pastores”.
O Papa Bento XVI, em seu livro
JESUS DE NAZARÉ, no capítulo 08 quando estuda sobre AS GRANDES IMAGENS DE SÃO
JOÃO, ele afirma que o pastor
verdadeiro que é Jesus vai atrás da ovelha perdida, coloca-a nos seus ombros e
a leva para casa.
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