Vejamos as acusações dos protestantes contra os livros Deuterocanônicos que eles chamam de apócrifos para afirmar que não são Palavra de Deus. Em seguida colocamos a posição da Igreja Católica para que o leitor análise as duas posições e tire uma conclusão.
Segundo os protestantes, os livros apócrifos estão cheios de Histórias fictícias, lendárias e absurdas e citam o texto seguinte:
- Tobias 6.1-4 – “Partiu, pois, Tobias, e o cão o seguiu, e parou na primeira pousada junto ao rio Tigre. E saiu a lavar os pés, e eis que saiu da água um peixe monstruoso para o devorar. À sua vista, Tobias, espavorido, clamou em alta voz, dizendo: Senhor, ele lançou-se a mim. E o anjo disse disse-lhe: Pega-lhe pelas guerras, e puxa-o para ti. Tendo assim feito, puxou-o para terra, e o começou a palpitar a seus pés”.
Segundo a Igreja católica, os livros “apócrifos ou deuterocanônicos fazem parte da Bíblia, por isso são Palavra de Deus escrita por mãos humanas como os outros livros também são.
Na Bíblia encontramos o Plano de Deus para a humanidade (Palavra de Deus) escrita sob as mais variadas formas literárias. Na Bíblia, encontramos história, profecia, cânticos, salmos, lamentações, sermões, meditações, orações, filosofia, romance, contos de amor, biografias, poesias, parábolas, comparações, tratados, cartas, leis, atitudes corretas e erradas, coisas tristes e alegres, fatos concretos e narrações simbólicas, coisas do presente e do futuro. Esta realidade nos obriga a interpretar os livros da Bíblia considerando o gênero literário como forma de exposição daquilo que Deus quer manifestar.
Não existe possibilidade de um ser humano escrever sem optar por um gênero literário. Ora, uma afirmação histórica é diferente uma afirmação poética, embora o conteúdo seja o mesmo. Posso afirmar: É minha mulher! Ou: É a flor de meu jardim! – Estas duas afirmações significam a mesma coisa dependendo do contexto. Por isso, quem conhece o contexto, pode interpretar o sentido da cada frase sem correr o risco de falar bobagem.
Quem interpreta a Bíblia do jeito que está escrita (por mãos humanas) deverá admitir que, segundo o Antigo Testamento, Deus é injusto, sanguinário, contraditório e não sabe o que quer, pois, proíbe matar e manda matar, proíbe fazer imagem e manda fazer imagem, e se comprar com o sacrifício de animais, etc.
Quem lê o livro de Tobias, deve saber que se trata de uma “história didática”. Esta história que pode não ser historicamente verdadeira, mas tem seu valor por apresentar a vida familiar do velho Tobit e as aventuras de seu filho Tobias com o objetivo de ressaltar a piedade, o valor das boas , a justiça, e como Deus protege os judeus fiéis que vivem no mundo pagão.
O livro retoma nesta história o valor do casamento dos patriarcas Isaac e Jacó (Gn 24 e 28), a separação e reencontro de Jacó com seu filho Benjamim (Gn 42-45).
Quem afirma que o livro de Tobias é uma história fictícia ou uma lenda absurda e por isso não é Palavra de Deus, demonstra não conhecer a Bíblia. Nela encontramos outros livros com histórias fictícias e lendas absurdas. Nem por isso deixam de ser Palavra de Deus. Vejamos alguns casos:
No Gênesis (3,1) está escrito que “a serpente disse à mulher: “É verdade que Deus vos disse: ‘não comais de nenhuma árvore do Jardim?’”. Ora, esta afirmação é lendária e absurda pois todos nós sabemos que serpente não fala...
Poucas pessoas sabem que a serpente foi colocada como aquela que estragou tudo, porque o povo visinho a Israel adorava a serpente dizendo que ela era a “deusa da fertilidade”. Para dizer que o povo visinho adorava um Deus falso, a serpente foi colocada na narração como satanás, o inimigo de Deus.
Então, o livro do Gênesis deixa de ser Palavra de Deus porque afirma que uma serpente falou? Se a serpente não falou, o pecado deixa de ser uma realidade presente na vida da humanidade desde os nossos primeiros pais até os dias de hoje? O argumento apresentado para negar que o livro de Tobias é palavra de Deus, é totalmente falso. É puro preconceito contra a Igreja Católica.
O livro de Provérbios compara alguém que, ao passar se mete em briga com quem pretende agarrar um cão pelas orelhas. (cf. Pr 26,17). Por fazer esta comparação, o livro dos provérbios deixa de ser Palavra de Deus? É claro que não!
Os nossos irmãos protestantes, por não conhecerem a Bíblia e motivados por um ódio à Igreja católica, afirmam que o livro de Tobias é uma lenda absurda. O ódio ao catolicismo não os deixa perceber que mais absurda do que está afirmado no livro de Tobias, encontramos no livro dos Números, 22, 23, onde está escrito que a Jumenta de Balaão, viu o anjo do Senhor e se desviou do caminho... E mais ainda, a Jumenta conversou com seu dono... Todos nós sabemos que jumenta não fala...
Colocar uma jumenta para fazer parte da história da salvação que na plenitude dos tempos aconteceu em Jesus e por meio de Jesus (Gl 4,4) é a mais absurda das estórias do judaísmo... Nem por isso (na interpretação protestante) o livro dos números que narra este fato, deixa de ser Palavra de Deus. Por isso, afirmar que o livro de Tobias não é Palavra de Deus por conter uma lenda significa total ignorância da Bíblia como Palavra de Deus.
Segundo os Protestantes, nos livros Deuterocanônicos que eles chamam de apócrifos, existem Erros Históricos e Geográficos e sobre isso, afirmam o seguinte:
“Os Apócrifos solapam a doutrina da inerrância porque esses livros incluem erros históricos e de outra natureza. Assim, se os Apócrifos são considerados parte das Escrituras, isso identifica erros na Palavra de Deus. Esses livros contêm erros históricos, geográficos e cronológicos, além de doutrinas obviamente heréticas; eles até aconselham atos imorais (Judite 9.1º,13). Os erros dos Apócrifos são freqüentemente apontados em obras de autoridade reconhecida. Por exemplo:
O erudito bíblico DL René Paehe comenta: “Exceto no caso de determinada informação histórica interessante (especialmente em 1. Macabeus) e alguns belos pensamentos morais (por exemplo Sabedoria de Salomão), Tobias... contém certos erros históricos e geográficos, tais como a suposição de que Senaqueribe era filho de Salmaneser (1 .15) em vez de Sargão II, e que Nínive foi tomado por Nabucodonosor e por Assuero (14.15) em vez de Nabopolassar e por Ciáxares... Judite não pode ser histórico porque contém erros evidentes... [Em 2 Macabeus] há também numerosas desordens e discrepâncias em assuntos cronológicos, históricos e numéricos, os quais refletem ignorância ou confusão”..
A Igreja católica tem uma visão completamente diferente sobre a inerrância (ausência de erro) quando trata da verdade da Sagrada Escritura.
Os protestantes afirmam no texto acima, que os livros apócrifos, “solapam a doutrina da inerrância porque estes livros incluem erros históricos e de outra natureza. Assim, se os Apócrifos são considerados parte das Escrituras, isso identifica erros na Palavra de Deus”.
Esta afirmação é uma demonstração de que os protestantes não sabem o que é inerrância bíblica. Para verificar a falsidade dos argumentos deles quando afirmam que “erros históricos e de outra natureza” tiram dos livros apócrifos (deuterocanônicos) o valor de Palavra de Deus, vejamos o seguinte:
LIVRO DO GÊNESIS:
O Livro do Gênesis afirma que o mundo foi feito em seis dias (Gn 1,1s). Isto é uma verdade histórica e científica? Todos nós, incluindo os protestantes, sabemos que o mundo criado da maneira como narra a Bíblia, não é verdade histórica nem cientifica... Então, a Bíblia está errada por fazer esta afirmação? Santo Agostinho, vários séculos antes de existir o protestantismo, já dizia: A Bíblia diz como se vai ao céu e não como vai o céu!...
O livro do Gênesis afirma que, na descendência direta, Adão e Eva tiveram um filho chamado Set. Set gerou Enós, que gerou Cainã, que gerou Malaleel, que gerou Jared, que gerou Henoc, que gerou Matusalém, que gerou Lamec, que foi o pai de Noé, que gerou Sem, que gerou Arfaxad, que gerou Salé, que gerou Heber, que gerou Faleg, que gerou Reu, que gerou Sarug, que gerou Nacor, que gerou Taré, que foi pai de Abraão, patriarca do povo judeu (Gn 5, 4 – 32; 11, 10- 26).
Segundo o Gênesis, Abrão é descendente direto do Primeiro homem criado por Deus. Esta história é verdadeira? Pode ser comprovada? Se não pode ser comprovada, o livro do Gênesis está mentindo, por isso, não é Palavra de Deus.
Como se pode perceber, quem quiser, como fazem os protestante, provar que determinado livro é Palavra de por não conter erros sobre acontecimentos humanos, estará interpretando a Bíblia de maneira totalmente errada.
A Bíblia é verdade com relação à nossa salvação... As verdades humanas acabam no dia em que somos sepultados. Se existem erros nas verdades humanas que estão narradas na Bíblia, isso não tira o valor da Sagrada Escritora como Palavra de Deus. Por isso, o que solapa a verdade bíblica é a interpretação “fundamentalista” feita pelos protestantes. A Bíblia é livro de fé e não, livro de história ou de ciência.
LIVRO DO ÊXODO:
É verdade que Deus castigou o Egito com dez terríveis pragas? (Ex 7,14 -12,29) Que Moisés mandou matar cerca de três mil homens por ordem de Deus? (Ex 32,27-28). Deus castiga e manda matar? Existe heresia maior do que atribuir esta ordem a Deus?
Se estes fartos não aconteceram pois Deus não pode ter dado ordem para matar, o livro do Êxodo está mentindo. Por isso, não é Palavra de Deus. Quem interpreta a Bíblia ao pé da letra, sem distinguir a parte humana da Bíblia, terá que admitir que o Deus do Antigo Testamento, é sanguinário, injusto e não sabe o que quer, pois ordenou: “Não mataras!” de depois, mandou matar.
Se os protestantes encontram razões para negar que os livros deuterocanônicos são palavra de Deus, devem encontrar motivos maiores para negar o valor do livro do Êxodo como Palavra de Deus.
LIVRO DO LEVÍTICO:
No livro do Levítico está escrito: “Os escravos ou escravas que tiveres vindo das nações que vos cercam. Deles podereis comprar escravos e escravas” (Lv 24,44).
É verdade que o Livro do Levítico é a favor da escravidão? Este livro afirma que Deus permite que tenhamos pessoas de outros povos como escravos?
Se esta doutrina absurda está no Levítico, este livro não é Palavra de Deus.
No Levítico está escrito: “O sacerdote matará o bezerro, derramará o sangue sobre o altar, esfolará a vítima,dividirá em quatro partes e queimará tudo sobre o altar como holocausto e oferta de suave odor, para o Senhor” (Lv 1,5-9).
Será que Deus deu mesmo esta ordem e se comprazia com o sangue derramado sobre o altar e o cheiro de carne queimada era de suave odor? Ora... Se Deus não é este sanguinário nem gosta do cheiro de carne queimada, o Livro do Levítico está mentindo. Por isso, não é Palavra de Deus. Conclusão: Os protestantes estão totalmente errados quando dizem que, os livros “apócrifos” não são Palavra de Deus, mostrando acontecimentos semelhantes a estes.
O LIVRO DOS NÚMEROS:
No livro dos Números está escrito: “O Senhor, falou a Moisés: Se o marido tiver suspeita de que sua mulher lhe foi infiel, a conduzirá ao sacerdote e a colocará diante do Senhor e esconjurará a mulher dizendo: Se ninguém dormiu contigo e se enquanto casada não te transviaste, que a água da maldição (...) não te seja prejudicial. Mas, se foste infiel mantendo relação com outro que não teu marido, que o Senhor faça de ti um objeto de maldição e imprecação entre o povo, fazendo descair teus quadris e inchar teu ventre e a mulher dirá: Amém, Amém!” (Nm 5, 11-28).
Será que Deus mandou Moisés se utilizar deste método para apurar se uma mulher foi infiel ao marido? Existe heresia maior do que atribuir esta ordem ao próprio Deus?
Quem ler sobre o incensórios de Aarão (Nm 17), as cinzas da vaca vermelha usada para purificação (Nm 19) não vê muita diferença entre o que Deus mandou fazer, e certas magias praticadas em terreiros de macumba. Será que o livro dos Números deixa de ser Palavra de Deus por falar destas coisas?
Será que Deus mandou queimar 250 homens que ofereciam incenso? Deus mandou purificar as pessoas através da cinza de vaca vermelha? O texto ensina a usar método da macumba e bruxaria na purificação... Existe heresia maior do que atribuir a Deus esta espécie de magia? Se o livro dos números atribui esta prática a Deus, não é Palavra de Deus.
Em Nm 31,32-47, está narrado o resultado de um saque apurado pelo Sacerdote Eleazar e os chefes do povo. “O que foi capturado no saque, chegou a seiscentos e setenta e cinco mil ovelhas, dois mil bois, sessenta e um mil jumentos, trinta e duas mil vidas humanas, isto é, mulheres que ainda não haviam conhecido homem, etc., etc...” Tudo isso, depois de matarem população inteira incluindo mulheres e crianças (Nm 31, 1-24).
Quem lê este texto, do jeito que os protestantes estão lendo os livros “apócrifos” ou “deuterocanônicos”, deve aceitar que Deus mandou saquear e matar.
No livro dos Números, está escrito que, “Naquele pequeno povoado, existia 61.000 jumentos”. Historicamente o livro dos Números está ensinando heresia e mentindo pois, com certeza, naquele lugar não existia 61.000 jumentos. Por isso, o livro dos números não é Palavra de Deus?
Os protestantes estão totalmente errados por negar que os livros apócrifos são Palavra de Deus, mostrando coisas semelhantes ao que está escrito no livro dos Números.
O LIVRO DO DEUTERONÔMIO:
No Deuteronômio (Dt 19,15-21) está escrito que Deus mandou aplicar a lei de Talião: olho por olho, dente por dente... Mandou o marido dar carta de divórcio por qualquer inconveniente (Dt 24,1)... Que Moisés, sendo o autor do livro (Dt 1,1) narrou a própria morte (34,1-12).
Ora, a lei de Talião (olho por olho, dente por dente) é contrária à Lei de Deus. Jesus condenou o divórcio e como Moisés não pode ter narrado a própria morte podemos dizer que o Deuteronômio contém heresias e mentiras. Por isso, não é Palavra de Deus. Por isso, negar que os livros “apócrifos” ou “deuterocanônicos” não são Palavra de Deus por estes motivos, só cabe na interpretação protestante...
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