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Quando olhamos para a situação de vida de muitos cristãos, e até mesmo para a eclesialidade de muitos católicos, nos deparamos com o seguinte questionamento: o que é liberdade e o que é libertinagem e o que faz com que tenhamos esta ou aquela? Por que nos deixamos ser influenciados por tantas práticas que desagradam a Deus e nos deixam cabisbaixos? Por que muitos cristãos, até mesmo conhecedores da verdade, se deixam levar por tantas práticas que não agradam a Deus, mesmo sendo liderança?
Quero, meu querido irmão e minha querida irmã, em primeiro lugar, deixar bem claro, que o meu compromisso aqui, não é com a cultura do relativismo religioso, com a teatrologia comportamental de nenhum cristão, com a prática do “lambimento” de ego de seu ninguém e nem tão pouco, com a filosofia achológica e diabólica que muitos católicos irresponsavelmente têm. João 7,16 já nos diz:
“A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou”.
O meu desejo com este artigo, é simplesmente orientar os cristãos quanto algumas questões relacionadas à liberdade e à libertinagem. Muitos vivem no engano por que querem. Prova disso, é que conhecem a verdade (muitos até pregam e doutrinam); porém, andam “engaiolados” nos seus erros. O seu “umbigo” prevalece sobre a vontade de Deus e o contra-testemunho e consequências tornam-se baluartes de maldições e desgraças. A Igreja não é escola de samba, mas tem muitas alegorias. Deus, no entanto, deseja que se levantem homens e mulheres que renunciem o mal, sejam conduzidos pelo Espírito Santo e incendeiem a terra com a santidade que vem de Deus.
LUTA ENTRE OS DESEJOS DA CARNE E OS DO ESPÍRITO!
Assim que olhamos e lemos o primeiro livro bíblico (o Gênesis), já percebemos uma enorme diferença e incompatibilidade entre liberdade e libertinagem.
O contexto bíblico nos diz que Deus criou o homem à sua imagem e à sua semelhança (Gn 1,26):
“Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher” (Gn 1,27).
Pôs o homem no paraíso para guardar e cultivar (Gn 2,15) esse local denominado biblicamente como jardim do Éden (Compromisso e Aliança de amizade e felicidade entre Deus e a humanidade). Após ter feito o homem do pó da terra, decide fazer a mulher, retirando a costela do primeiro homem (Gn 2,18-25).
Até aqui está tudo bem! Por que esse é o desejo de Deus, que o homem seja feliz de verdade. Essa felicidade plena, o homem já o tinha por ter sido criado por Deus e para Deus. O próprio jardim do Éden é prova desse desejo de Deus em fazer com que o homem seja feliz. O jardim tinha tudo o que o homem precisava para ser feliz e supria suas necessidades de subsistência. Além disso, Deus dá um preciosíssimo presente ao homem: A LIBERDADE! O homem tinha livre arbítrio. Ou seja, poder de decisão. Porém, junto com essa liberdade, Deus dá também responsabilidades e compromissos:
“Deu-lhe este preceito: “Podes comer do fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas do fruto da árvore da ciência do bem e do mal; porque no dia em que dele comeres, morrerás indubitavelmente.” (Gn 2, 17-18).
Seria ilógico, sem nexo, Deus deixar o homem na mão por si só! Juntamente com a liberdade (Dada por Deus ao homem) vem também a orientação da parte de Deus (v.v. 17 e 18 de Gênesis 2 – o único preceito que os dois tinham que cumprir).
O homem come do fruto proibido e junto com sua mulher são expulsos do paraíso que Deus havia feito para eles (Gn 3). Assim, introduz-se no mundo a culpa original. A desobediência a Deus e ao seu único mandamento. Essa prática é chamada de pecado. Além das definições já conhecidas de pecado, o Catecismo da Igreja Católica, já uma bem peculiar:
“Só no conhecimento do desígnio de Deus sobre o homem é que se compreende que o pecado é um abuso da liberdade que Deus dá às pessoas criadas para que possam amá-Lo e amarem-se mutuamente” (CIC, n. 387).
Fica muito claro, por tanto, que para a doutrina católica, o pecado é um abuso da liberdade que Deus nos dá, ou seja, libertinagem. É o mau uso da liberdade. O que muitos cristãos não sabem, é que muitas vezes, pratica-se a libertinagem achando-se que se está praticando a liberdade. Puro engano. A liberdade nos faz bem. A libertinagem não! A liberdade nos torna felizes. Já a libertinagem nos prende e nos tira a felicidade. Quando olhamos para a Palavra de Deus, e se dermos uma vasculhada em várias passagens bíblicas, perceberemos que há uma diferença tremenda entre liberdade e libertinagem. Podemos até mesmo concluir que a liberdade é fazer a vontade do Espírito Santo. Ao contrário da libertinagem, que é ser guiado pelos apetites e desejos da nossa carne que produz consequentemente, o pecado. Vejamos algumas passagens bíblicas para nossa reflexão:
Gl 5,13: “Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não abuseis, porém, da liberdade como pretexto para prazeres carnais.”
É o que mais vemos hoje. Muitos cristãos aproveitando-se da liberdade que nos foi dada pelo nosso Deus, usam-na para satisfazer os caprichos da carne. Quando isso acontece, vemos as consequências que logo nos vem. A prática ao pecado traz consigo a morte. E muitos vivem como se fossem verdadeiros escravos do pecado. Ir a uma festa, por exemplo, não é usar a liberdade. É pretextualizá-la para o pecado. É vivência do paganismo. Deitar-se com uma prostituta, não tem nada de liberdade. É pecado (mal uso da liberdade) puro. Não é desejo de Deus pra nenhum dos seus filhos o engaiolamento ao pecado.
Gl 5, 16-17: “Digo, pois: deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne. Porque os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e estes aos da carne; pois são contrários uns aos outros. É por isso que não fazeis o que quereríeis.”
Não há, pois, compatibilidade alguma entre os desejos da carne e os desejos do Espírito. Um é inimigo de Deus. Não se conciliam o joio e o trigo, embora, os dois estejam constantemente na nossa vida. O cristão deve ter coragem para renunciar a carne e deixar ser conduzido pelo Espírito assim como o foi o Senhor Jesus (Mt 4,1). Se Jesus não fez o desejo da carne, embora sendo homem, não temos o direito de manchar a santidade que foi impressa em nós quando recebemos o Espírito Santo. A orientação que a Palavra de Deus nos faz é crucificar a carne com suas paixões e seus desejos:
Gl 5, 24: “Pois os que são de Jesus Cristo crucificaram a carne, com as paixões e concupiscências.”
O apóstolo Paulo deixa muito claro que há uma luta no nosso corpo entre os desejos da carne e os do Espírito. Prova disso, e que ele faz até uma lista dos instintos da carne e os frutos do Espírito:
“Ora, as obras da carne são estas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, partidos, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. Dessas coisas vos previno, como já vos preveni: os que as praticarem não herdarão o Reino de Deus!Ao contrário, o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade,brandura, temperança. Contra estas coisas não há lei.” (Gl 5, 19-23)
O QUE AGRADA A DEUS?
Assim como o Senhor Jesus teve que morrer na cruz para matar a morte com a sua morte e destruir o pecado com o sacrifício de crucificação do seu próprio corpo, temos também, que passar pelo mesmo processo. Não é por que estamos neste mundo que somos obrigados a praticar as imundícies deste mundo de trevas e ofensa a Deus. Somos do alto. E mesmo com os pés no chão, nossas convicções devem ter seu alvo no Senhor Jesus. Se mantivermos os nossos olhos fixamente em Jesus, autor e consumador da fé (Hb 12,2), não teremos prazer algum para agradar ao pecado, embora que as tentações venham como enxurradas.
Percebemos claramente então, que além de não nos fazer bem, o pecado produz morte e já nesta terra, traz consequências terríveis: doenças, miséria, pobreza, sofrimento, tristeza, dores, a morte...
Como herdeiros do céu, filhos amados do Senhor, Imagem e Semelhança desse Deus maravilhoso, temos que ofertar com a nossa própria vida um holocausto que agrada a Deus, um perfume suave ao Senhor. É assim que está expresso na Palavra de Deus:
“Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual”. (Rm 12,1).
Por tanto, o que devemos ofertar como ritual de culto a Deus, não é somente o fato de irmos pra Missa ou servir em alguma pastoral e movimento da Igreja; mas antes, todo o nosso proceder deve está de acordo com as normas do Senhor, muito bem expressas e ensinadas na Bíblia Sagrada.
Nossa liberdade deve ser conduzida pelo Espírito Santo, para que não se transforme em libertinagem (seguir os instintos e apetites da carne, que é pecado). Somos livres por que hoje, podemos chamar Deus de Pai e temos esse Espírito Santo que foi promessa de Deus para muitos. Com ele sim, podemos contar e ter uma vida com Deus. Façamos de tudo para que a nossa liberdade seja um instrumento de louvor e santificação para que Deus se orgulhe de nós.
Cássio José
E-mail: cassiouab@hotmail.com
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