Citando o Evangelho de hoje, Bento XVI lembrou na homilia que Jesus pronuncia a bem-aventurança da fé, que chama a nossa atenção de modo especial, porque “estamos reunidos justamente para celebrar uma Beatificação e, mais ainda, porque o Beato hoje proclamado é um Papa, um Sucessor de Pedro, chamado a confirmar os irmãos na fé. João Paulo II é Beato pela sua forte e generosa fé apostólica. Outra bem-aventurança perpassa nosso pensamento hoje: a bem-aventurança da Virgem Maria, a Mãe do Redentor.
“Hoje diante dos nossos olhos brilha, na plena luz de Cristo ressuscitado, a amada e venerada figura de João Paulo II. Hoje, o seu nome junta-se à série dos Santos e Beatos que ele mesmo proclamou durante os seus quase 27 anos de pontificado, lembrando com vigor a vocação universal à medida alta da vida cristã, à santidade”.
Em outra passagem da homilia, Bento XVI lembrou a primeira Missa solene presidida por João Paulo II, na Praça de São Pedro, com as memoráveis palavras: “Não tenham medo! Abram, ou melhor, escancarem as portas a Cristo”.
“Aquilo que o Papa recém-eleito pedia a todos, começou, ele mesmo, a fazê-lo: abriu a Cristo a sociedade, a cultura, os sistemas políticos e econômicos, invertendo, com a força de um gigante – força que lhe vinha de Deus –, uma tendência que parecia irreversível. Com o seu testemunho de fé, de amor e de coragem apostólica, acompanhado por uma grande sensibilidade humana, este filho exemplar da Nação Polaca ajudou os cristãos de todo o mundo a não ter medo de se dizerem cristãos, de pertencerem à Igreja, de falarem do Evangelho. Numa palavra, ajudou-nos a não ter medo da verdade, porque a verdade é garantia de liberdade”.
“Sua mensagem foi esta: o homem é o caminho da Igreja, e Cristo é o caminho do homem. Com esta mensagem, que é a grande herança do Concílio Vaticano II e do seu “timoneiro” – o Servo de Deus Papa Paulo VI –, João Paulo II foi o guia do Povo de Deus ao cruzar o limiar do Terceiro Milênio” – disse ainda Bento XVI.
Enfim, o ex-colaborador do novo beato (o então Cardeal Ratzinger foi Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé durante 23 anos) fez questão de ressaltar algumas das virtudes de seu amigo e predecessor: a profundidade espiritual, a riqueza de suas intuições, o exemplo de sua oração e o seu testemunho no sofrimento.
“A sua humildade profunda, enraizada na união íntima com Cristo, permitiu-lhe continuar a guiar a Igreja e a dar ao mundo uma mensagem ainda mais eloquente, justamente no período em que as forças físicas definhavam. Assim, realizou de maneira extraordinária a vocação de todo o sacerdote e bispo: tornar-se um só com aquele Jesus que diariamente recebe e oferece na Eucaristia”.
(CM)
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