“Jesus teria casado com Maria Madalena e teria sido pai dedicado de dois filhos!” É o que defende um novo livro lançado na Inglaterra esta semana, que traz a tradução de um antigo manuscrito que foi batizado de “Evangelho Perdido de Jesus”.
O texto escrito em aramaico tem cerca de 1.500 anos de idade, revelando detalhes da vida de Jesus cerca de 13 anos antes da sua crucificação. Entre os dados curiosos está que Maria Madalena era a mesma pessoa que a Virgem Maria.
Embora pareça obra de ficção, o livro The Lost Gospel, foi escrito pelo professor Barrie Wilson, que leciona Estudos Religiosos na York University de Toronto, e o escritor e cineasta Simcha Jacobovic. No dia 12, quando será oficialmente lançado, eles prometeram revelar os nomes dos dois filhos de Cristo e Maria Madalena.
O material traz relatos como uma tentativa de assassinato contra Maria e os filhos, além das conexões políticas de Jesus com o imperador Tibério e um soldado influente chamado Sejano. Mais detalhes serão mostrados à imprensa na conferência realizada esta quarta na Biblioteca Britânica. O local foi escolhido por que após ser comprado pelo Museu Britânico em 1847, acabou sendo enviado para a Biblioteca Britânica 20 anos atrás, onde foi “descoberto” pelos autores.
Wilson e Jacobovic passaram meses traduzindo o texto, que recebe severas críticas de especialistas. Sua autenticidade foi questionada, bem como sua precisão histórica. Este não é o primeiro registro a afirmar que Jesus se casou com Maria Madalena. Desde o sucesso do livro e filme ficcional “O Código Da Vinci”, de Dan Brown, na década passada, o assunto teve seu interesse renovado.
O “Evangelho Perdido” possui 29 capítulos e seria uma cópia produzida no sexto século de um original redigido no primeiro século. Os tradutores afirmam que o relato do casamento é feito por meio de uma história codificada, recontando o que seria o casamento do personagem do Antigo Testamento José e sua esposa egípcia Aseneth. Esses seriam codinomes para Jesus e Maria Madalena.
Em 2012, um fragmento de papiro egípcio escrito em copta com conteúdo similar foi descoberto. Contudo, os resultados do teste de datação reforçaram a probabilidade de ser fraudulento, segundo o Vaticano.
Mostrado ao mundo por Karen King, pesquisadora da renomada Universidade Harvard, ele teria sido escrito no século IV, mas provavelmente é apenas a cópia de um texto anterior, datado de 150 d.C.
Esse tipo de “nova revelação” sobre a figura de Jesus surgiu repetidas vezes ao longo da história em livros “apócrifos”. Entre os mais famosos são evangelhos atribuídos a Maria Madalena e aos apóstolos Tomé e Judas. Contudo, embora falem sobre a vida de Jesus de modo divergente dos Evangelhos do Novo Testamento, não mencionam uma esposa e tampouco filhos de Jesus.
Greg Carey , professor de Novo Testamento do Seminário Teológico de Lancaster, escreveu um longo artigo rebatendo as afirmações especialmente por que Simcha Jacobovici já tentou outras vezes contrariar o relato das Escrituras, apresentando ao mundo um “túmulo de Jesus” que mais tarde provaria ser uma fraude. O pastor e teólogo Alessandro Brito, que estudou na Inglaterra com o Dr. Pieter Lallaman, diz que esse assunto é antigo, não passando de “ficção e enredos de romance”.
Fonte: Daily Mail e The Sunday Times
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