No recente encontro mundial com os bispos católicos no Vaticano para concretizar medidas de proteção aos menores na Igreja contra os predadores sexuais que agem dentro das suas próprias estruturas, o Papa Francisco mencionou uma lista de propostas a serem implementadas, as quais chamou de “pontos para reflexão”.
Trata-se dos 21 itens a seguir:
1. Desenvolver um guia passo-a-passo com as medidas efetivas a serem tomadas em cada momento-chave do surgimento de um caso.2. Criar estruturas de escuta, com pessoas bem preparadas, para o primeiro discernimento de cada denúncia.3. Definir os critérios para o envolvimento direto do bispo ou superior religioso.
4. Implementar procedimentos claros para examinar as denúncias, protegendo as vítimas e garantindo o direito de defesa dos acusados para evitar injustiças contra ambos os lados.5. Avisar as autoridades civis e eclesiásticas conforme as normas civis e canônicas.6. Revisar periodicamente os protocolos sobre a segurança dos ambientes para menores em todas as estruturas pastorais.7. Estabelecer protocolos específicos para lidar com acusações contra bispos.8. Prestar todo o acompanhamento às vítimas para a sua plena recuperação.9. Garantir formação permanente de bispos, superiores religiosos, clérigos e agentes pastorais visando a plena conscientização sobre as causas e consequências do abuso sexual.10. Implantar percursos de cura pastoral das comunidades que foram feridas pelos abusos, bem como de recuperação e penitência dos culpados.11. Fortalecer a cooperação com as pessoas de boa vontade e os meios de comunicação para distinguir os verdadeiros dos falsos casos, combatendo as calúnias.12. Elevar a idade mínima do casamento católico para 16 anos, tanto para rapazes quanto moças (até então eram 16 para eles, mas 14 para elas).13. Facilitar e regular a participação de especialistas leigos nas investigações de abusos sexuais e de poder.14. Salvaguardar o princípio da presunção de inocência até prova da culpa do acusado, preservando nomes durante a investigação preliminar.15. Observar a proporcionalidade da punição com relação ao crime e deliberar que padres e bispos culpados de abuso sexual deixem de exercer o ministério publicamente.16. Implantar programas de formação inicial e permanente para seminaristas e candidatos à vida religiosa, visando consolidar a sua maturidade humana, espiritual e psicossexual, bem como as suas relações interpessoais e o seu comportamento.17. Realizar avaliação psicológica dos candidatos ao sacerdócio e à vida consagrada por peritos qualificados e de credibilidade.18. Traçar regras claras sobre transferências de seminaristas e aspirantes religiosos de um seminário para outro, bem como de padres e religiosos de uma diocese ou congregação para outra.19. Delinear códigos de conduta obrigatórios para todo o clero, religiosos, colaboradores e voluntários, com normas claras sobre relacionamentos pessoais e determinação de requisitos de admissão, incluindo verificação de registo criminal.20. Preparar documentação detalhada sobre os perigos do abuso e os seus efeitos, o reconhecimento de indícios e o procedimento de denúncia, em colaboração com pais, professores, profissionais e autoridades civis.21. Instituir organizações de fácil acesso para vítimas que desejem denunciar quaisquer crimes, com autonomia inclusive perante a autoridade eclesiástica local, compostas por leigos e clérigos experientes, capazes de garantir a adequada atenção da Igreja a qualquer denunciante ou vítima.Fonte: Aleteia
Nenhum comentário:
Postar um comentário