Arquivado em: PARA SER FELIZ — Prof. Felipe Aquino at 4:23 pm on segunda-feira, outubro 20, 2008
Cada um de nós é um ser em construção; todos temos defeitos e qualidades, e os nossos limites não podem fazer com que deixemos de nos amar e valorizar. É uma grande sabedoria saber aceitar-se a si mesmo; quem não se aceita é porque carrega um refinado e escondido orgulho; e isto não deixa você ver o seu valor. Todos nós nascermos com a capacidade de vencer e de ser feliz. Quem não se aceita acaba se tornando rancoroso contra si mesmo, contra os outros, contra a vida e até contra Deus… e isto o leva à revolta, à auto-piedade e à depressão.
Pare de sonhar, pegue o material que você tem e comece a construir a sua casa, do jeito que for possível. É melhor você morar num casebre do que ficar ao relento sonhando com um castelo. Ninguém é perfeito; por isso, todos precisam se aceitar. Não estou dizendo para você negar os seus limites; isto seria perigoso, pois não os elimina. Olhe-os com coragem, de frente, sem exagerá-los nem diminuí-los, e mude o que for possível. O que não pode ser mudado, aceite e ofereça a Deus. Você não é menos amado por Ele por causa dos seus limites. A partir desta aceitação, toda a sua pobreza pode começar a se transformar em imensa riqueza. Comece agora a ver as suas qualidades; você as tem. Ser humilde é reconhecer a verdade sobre si mesmo.
Aceite-se também diante dos outros; não se sinta pequeno ou invejoso porque o seu colega tira notas melhores do que você, ou porque ele se destaca e você não. Não deixe a inveja aninhar-se no seu coração; lance-a fora, é um veneno. Seja o que você é diante dos outros; não finja ser outra pessoa, e não fique paralisado diante dele por um complexo de inferioridade. A melhor maneira de impressionar alguém é ser autêntico e espontâneo diante dele. A personalidade é para o homem o que o perfume é para a flor, o que a luz e calor são para o sol. Uma engrenagem pequena não é menos importante do que uma engrenagem grande num jogo de engrenagens. Um tijolinho que falte em uma construção deixa um buraco na casa. Cada um é importante neste mundo de Deus.
Não fique imitando a vida dos outros; você é rico porque é único no universo; não esqueça isso. O Pai lhe deu uma vida sob medida, e única, irrepetível; viva-a, desenvolva-a. Se você se aceitar, os outros te aceitarão também. Não queira parecer o que você não é. Não tenha medo ou vergonha de ser você mesmo; e seja honesto em dizer: “eu não entendi isto”, “eu não sei fazer aquilo”, etc… e você ajudará os outros. Saiba de uma coisa: os homens têm necessidade de ver pessoas que reconhecem os seus limites, para que tenham coragem de reconhecer também os seus. É nobre saber dizer: “eu não compreendo isto…”, “por favor, me ensine isto!” Enfim, os outros precisam de você como você é, como Deus o fez. Você é um exemplar único na História da Humanidade. Todos nós somos limitados, mas isto nos ajuda a aprender a precisar uns dos outros. Assim aprendemos a amar, pois damos o que temos e receberemos o que nos falta, e todos crescemos juntos. Não é bonito isto? Chegar à perfeição é chegar a ser plenamente aquilo que Deus quer que você seja, e não os outros. Deus deu uma vida para cada um, para que cada um cultive a sua e respeite a do outro.
Cada um de nós é riquíssimo no seu ser. Como, então, você pode ficar reclamando das qualidades que você não tem? Antes de lamentar e lamuriar o que você não tem, agradeça o que você tem, e tudo o que recebeu gratuitamente Dele. Olhe primeiro para as suas mãos perfeitas… e diga muito obrigado Senhor! Pense nos teus olhos que enxergam longe, teus ouvidos que ouvem o cantar dos pássaros, e diga obrigado Senhor!
Olhe para a beleza e vigor da sua juventude, e agradeça ao bom Pai, de quem procede toda dádiva boa. A pior qualidade de um filho é a ingratidão diante do pai. Você recebeu uma grande herança: sua inteligência, sua memória, consciência, liberdade, capacidade de amar, de cantar de sorrir e de chorar, e muitos outros talentos que Deus espera que você faça crescer para o seu bem e o dos outros.
Mas a primeira coisa para que você possa multiplicar esses talentos, é aceitar-se como você é, física e espiritualmente. Não fique apenas olhando para os seus problemas, numa introspecção mórbida, porque senão você acabará não vendo as suas qualidades; e isto te tornará vitima de seus sentimentos. São Paulo disse que somos como que “vasos de barro”, mas que trazemos um tesouro de Deus escondido aí dentro (cf. 1Cor4, 7).
Eu não estou dizendo que você deve se esconder dos seus problemas, ou fazer de conta que eles não existem, não é isto. Reconheça-os e aceite-os; e, com fé em Deus, e confiança em você, lute para superá-los, sem ficar derrotado e lamuriando a própria sorte. Saiba que é exatamente quando vencemos os nossos problemas e quando superamos os nossos limites, que crescemos como pessoas humanas. Não tenha medo dos problemas, eles existem para serem resolvidos. Todo problema tem solução, quando um deles não tem solução, então, deixa de ser problema. É na crise e na luta que o homem cresce. É só no fogo que o aço ganha têmpera.
Por isso, é importante eliminar as suas atitudes negativas. Deus quer que você seja um aliado dele, um cooperador Seu, na obra da construção do mundo. Ele não nos entregou o mundo acabado, exatamente para poder nos dar a honra e a alegria de sermos seus colaboradores nesta bela obra. É um ato de maturidade ter a humildade de reconhecer os seus limites e aceitá-los; isto não é ser menor ou menos importante; é ser real. Aceite suas limitações, seus problemas, seu físico, sua família, sua cor, sua casa, também seus pais e seus irmãos, por mais difíceis que sejam… e comece a trabalhar com fé e paciência, para melhorar o que for possível.Como dizia São Francisco, “sou, o que sou diante de Deus.”
Certa vez iam por uma estrada um velho, um menino e um burro. O velho puxava o burro e o menino estava sobre o animal. Ao passarem por uma cidade, ouviram alguém dizer: “Que menino sem coração, deixa o velho ir a pé. Devia ir puxando o burro e colocar o velho sobre este!” Imediatamente o menino desceu do burro e colocou o velho lá em cima, e continuaram a viagem. Ao passar por outro lugar, escutaram alguém dizer: “Que velho folgado, deixa o menino ir a pé, e vai sobre o burro!” Então, eles pararam e começaram a pensar no que fazer: O velho disse ao menino: Só nos resta uma alternativa: irmos a pé carregando o burro nos nossos braços!…” Moral da estória: é impossível agradar a todos! Se eu não me aceitar como sou, jamais saberei amar os outros como eles são; estarei sempre desejando conviver com pessoas sem defeitos; e isto não existe. Saiba reconhecer e aceitar os erros; um erro reconhecido com simplicidade é uma vitória ganha.
Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br
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