27 dezembro 2014

As seitas satânicas: Uma realidade hoje


Devemos ser justos ao precisar que muitos autores partem da conotação de satanismo para logo tentar definir, a partir e características determinadas, as seitas satânicas.
Alguns autores apontam como seitas satânicas a todo esse "conjunto de ciências, semiciências, feitiçarias, ocultismo e práticas tenebrosas, que têm como centro a suposição de que o demônio é um ser poderoso ao que se deve render culto, porque ele pode nos dar bem-estar, riqueza e saúde".
Outros apontam que o perigo é que para muitos jovens o grupo satânico aparece como libertador, antes de tudo libertador da moral, das convenções sociais e dos códigos repressivos. Nos grupos, a práticas de desordens sexuais e de ritos repugnantes (esquartejar animais, beber seu sangue, etc.) produz uma libertação das proibições aprendidas na infância.
Quiçá a definição mais exata seja que a seita satânica é um grupo minoritário de pessoas reunidas premeditadamente com o objetivo de adorar ao demônio, como um ser com poderes sobrenaturais capazes de intervir no mundo.

Seus integrantes costumam ser principalmente pessoas com transtornos psicol ógicos e uma profunda rejeição frente a todas as instituições sociais estabelecidas, família, igreja, estado, etc.
As reuniões destas seitas se caracterizam pela realização de ritos que não são mais que paródias do rito cristão, preferentemente do Católico ou do Ortodoxo. Estes eventos têm significados ou utilidade de iniciação, dignidade, provas, rogativas ou festivos. Também as seitas são para muitos a evasão perfeita da responsabilidade pessoal ante determinadas ações.
Como elementos comuns podemos apontar que estejam conformadas por poucos membros, a intolerância, a oposição nas esferas social-política e religiosa. Como características privativas delas podemos mencionar a adoração em culto a satanás, " a inversão da ordem sagrada ortodoxa", ensinamento esotérico, "a trindade demoníaca (a Besta, o Anti-Cristo, o Falso Profeta)" e a alteração de orações e credos cristãos.
Quais são as seitas?
Em primeiro lugar da classificação indicamos as "Seitas Luciferinas" que acreditam que Lúcifer foi tratado injustamente pelo cristianismo, já que ele é o símbolo do conhecimento e a sabedoria sendo portanto a verdadeira luz, buscam o poder, o dinheiro e as influências. Uma de suas principais características é o segredo de suas atividades. Seu rito central é a missa negra ou vermelha e costumam ter uma forma anarquista de ver a vida.
Em segundo lugar estão as seitas Satanistas conformadas por indivíduos de nível intelectual médio-alto, normalmente profissionais ou empregados de mandos meio conhecedores de diferentes matérias esotéricas sendo "seu forte" tudo o que tenha relação com a astrologia e a magia.
Apresentam uma estratificação particular baseada no nível de "dignidade" ou compromisso de seus membros. Não costumam ser confrontantes, não se reconhecem a si mesmos como integrantes de uma seita, mas de uma religião que foi incompreendida e perseguida pelos cristãos. Pertencem a este nível de classificação seitas como "A Igreja de Satã", "O Templo de Set", entre outras.
Em terceiro lugar da classificação indicamos aos "Adoradores de Set" ou "Amigos de Lúcifer" que podem, e de fato têm sido , vistos como as mais perigosas. São constantemente relacionados com seqüestros, abusos sexuais, indução a suicídios e inclusive a homicídios. São características delas mostras de "fidelidade e dignidade" como o seqüestro de cadáveres, beber sangue, a exposição sexual e atos tão aberrantes como a necrofagia e a necrofilia.
Mais uma vez devemos enfatizar ao apontar que esta classificação pode ser considerada como válida mas sob nenhuma perspectivas como absoluta já que em algumas seitas satânicas se dão ou podem chegar a dar-se, a mistura de características de um ou outro grupo e inclusive a gerar em seu interior uma nova variante.

Sua Existência
Para falar das causas da existência das seitas satânicas, devemos partir, que desde sempre o homem se sentiu fascinado pelo misterioso, maravilhado pelo sobrenatural, inclinado à magia por meio da qual espera encontrar respostas a seus questionamentos ou a satisfação de suas carências.
Igualmente podemos apontar que, se as seitas satânicas existem, deve-se em grande parte ao mal uso que o homem tem feito de sua liberdade, a que tem encaminhado na busca de experiências mágicas que em curto prazo se transformam em experiências daninhas que o conduzem ao afastamento de Deus, dos homens, da Igreja e, consequentemente, da realidade.
Como estas e outras possíveis causas podem "somar e seguir", entretanto optamos por nos referirmos também, não somente a aquelas causas de índole existencial individual, mas também a aquelas do âmbito social; para isso consideramos tratar de cinco fatores chaves para o surgimento e proliferação destes grupos.

Os fatores s ão o político, desemprego, violência urbana, marginalidade e desagregação familiar, esta escolha não deve conduzir nem reduzir nosso pensamento exclusivamente a esses fatores posto que sem dúvida existem muitos outros possíveis elementos ou fatores causadores de que estes grupos sejam uma realidade.
Perfil psicológico
O perfil psicológico dos membros de uma seita costuma ser geralmente os mesmos como são a total rebeldia, a morbidez e as experiências extremas.
Um lar relativista e principalmente anti-religioso são o 'caldo de cultivo' para que os valores e a promoção pessoal vá decaindo, chegando inclusive a não ter importância nada mais que o viver o momento.
Isto tem conduzido à concepção de que tudo é relativo, que a vida é um passar com um sentido puramente transitório. O que antes era 'as diversões de fim de semana' passou a ser um sistema de vida onde deve-se viver a maior quantidade de emoções no menor prazo possível, porque a vida pode se acabar em qualquer instante.

Entretanto, esta é posição exterior, a que muitas vezes não responde à interior. Interiormente o indivíduo pede um respaldo, uma ajuda ou uma companhia, esteja presente um forte déficit emocional, o sem sentido da vida que os rodeia não é mais que o produto da ausência das pessoas que são parte importante de suas vidas daqueles que os protegem frente aos acontecimentos adversos.
Suas personalidades enormemente inseguras os faz estar à espera de algo que os confirme, já não importa em quê, mas que o faça. Sentem que os calços normais há não são suficientes pelo que é necessário descobrir algum tipo de poder superior que consiga 'despertar esta sociedade tonteada por si mesma e afogada em seu próprio ser',
São freqüentes nestas pessoas a depressão, o consumo de álcool e drogas, elementos que levam a um estado de esquizofrenia ou paranóia. É necessário assinalar que o perigo destas patologias é tornar-se evidentes somente em um estado avançado, pois sua detecção não é fácil à primeira vista.
De igual modo os sintomas próprios delas podem passas despercebidos chegando a ser considerado, muito comum entre as pessoas, o sujeito como um indivíduo norma e em seus seguidores como um 'iluminado'.
O que diz a Igreja
A resposta da Igreja Católica , em relação ao demônio, suas ações e suas manifestações tem sido através da história da humanidade muito enfática.
Dentro da atitude da Igreja Católica frente ao satanismo se fazem necessárias e imprescindíveis o reconhecimento da existência do fenômeno.
Não se pode continuar pensando que não se dá o fenômeno em nossas sociedades ou comunidades: existem grupos organizados, inclusive com estruturas de caráter internacional, ou grupos que têm influência deles.
Também tem que existir um conhecimento do fenômeno. Deve haver alguém que o estude e possa dar informações convenientes e sérias aos agentes pastorais, assim como aos membros das comunidades.
Esse conhecimentos não pode ser uma simples informação, mas que deva concluir em uma tomada de posição desde a fé; isso levará em quem realiza a investigação, como em quem se serve dela, uma profissão de fé na ação pascal da Igreja.
Também requerem-se duas coisas: a primeira é que a informação que se ofereça às pessoas vá também acompanhada da postura da Igreja e de ensinamentos doutrinais muitos claros e seguros; em segundo lugar, que quem faz a investigação tenha maturidade espiritual, humana e psíquica necessária, para evitar fracassos ou problemas subseqüentes.
Com uma consciência missionária e com sentido de compromisso evangelizador, a Igreja tem que ir ao encontro dos mais frágeis, para oferecer-lhes a fortaleza da graça de Deus e a claridade da luz de Cristo. Isto exigem não somente acudir a eles, mas também acompanhá-los com sentido pastoral e de maneira contínua. Assim mesmo implicará, com sã imaginação pastoral, dar-lhes novos caminhos (os da palavra de Deus) e esperança de crescimento, convidando-os a que sua decisão seja também clara por partes deles e assim se arrisquem a seguir Jesus.
Uma das ações que a Igreja deverá fortalecer nos próximos tempos é a de aprofundar na catequese das crianças, adolescentes e jovens. Catequese contínua, catequese profunda: um convite a assumir a própria responsabilidade da fé. Catequese capilar para que penetre em todos e em todo o ser humano: que o faça vibrar com a palavra de Deus e o conduza a uma opção fundamental por Cristo.
Uma pastoral juvenil adequada e que responda aos desafios do momento. Uma profunda ação evangelizadora que fará dos jovens melhores e mais seguros seguidores de Cristo, lhes permitirá conhecer os inimigos que têm a seu redor e tomar posturas frente a eles desde uma opção de fé.
Deve-se anunciar a tempo e a destempo, valendo-se de todos os meios de que dispomos. Assim anunciaremos a força salvadora do Cordeiro vencedor do demônio.
Nosso tempo
A cultura atual se vê marcada por fatos que lamentavelmente a afastam da esfera das crenças. Já, tanto nossa sociedade, como nossa cultura, não têm a religião por centro unificador, mas seu centro localiza-se no homem e no que este pode conseguir por si mesmo, exercitando unicamente sua razão.
Este e outros motivos tem ajudado à proliferação das seitas, posto que o indivíduo sente a necessidade de algo que responda seus questionamentos mais profundos; é assim como produto desta busca que aparecem novos movimentos religiosos ou pseudo-religioões. São característicos deste momento movimentos espirituais -esotéricos tais como o da Nova Era.
É um fato inegável destes tempos a subjetividade e o relativismo que envolvem decisões humanas, mas ao mesmo tempo o desejo desta humanidade de transformar a realidade social e individual, respondendo à questões que o inquietam, despertando questionamentos; em síntese buscando a melhor maneira de adequar a posição de homens de fé à situação cultural reinante, a qual tem como grande influência o avanço das ciências e da técnica.
Cada acontecimentos desta cultura 'moderna' pode conduzir a passos gigantescos à total ruptura entre fé-ciência, entretanto, hoje contemplamos o como tornam-se cada vez mais presente facilidades para o diálogo entre a cultura e a Igreja. Existe a tomada de consciência desta necessidade; falta quiçá a adequação aos novos tempos, não somente da Igreja, mas também do homem como indivíduo imerso em uma sociedade que dia a dia tem menos tempo para a reflexão e a busca do princípio primeiro e fundamental de nossa humanidade.
Falar de satanás não é fácil mesmo quando o encontramos presente no instante de nossa criação; é assim como em nossa cultura, para alguns moderna para outros pós moderna, enfrentamos a indiferença, o medo ou a negação da existência deste ser criado e caído.
A Igreja desde sempre reconheceu e afirmou a existência de satanás como criatura de Deus; isto, entretanto, tem sido objeto de controvérsias no interior dela. Foram muitos os teólogos que trabalharam sobre o demônio, mas ainda sim, não podemos afirmar certamente se todos e cada um deles reconhecem e afirmam a existência de satanás com criatura.

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